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A tecnologia aliada à saúde. Uma técnica moderna, menos invasiva e segura. Precisão, flexibilidade, amplitude e controle. Assim é a cirurgia robótica. Neste mês de maio, em Curitiba, foi realizada a primeira cirurgia cardíaca deste tipo no sul do país. Um feito para a medicina. O procedimento foi no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG).

Cleber Lopes, de 49 anos, é professor e pesquisador. Há alguns meses foi diagnosticado com uma cardiopatia congênita, chamada de comunicação interatrial, que é uma abertura no coração que separa o átrio esquerdo do direito. Ele descobriu a doença cardíaca em um check-up de rotina, com queixas de cansaço. A cirurgia precisava ser feita. Havia risco de hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca. A opção da ajuda do robô foi vista com bons olhos. Cleber já sabia dos benefícios e acreditava no sucesso do procedimento.

O robô utilizado chama-se Da Vinci. Um nome sugestivo para um equipamento de quatro braços, que são telecomandados pelo cirurgião por meio de uma mesa de controle com visão 3D. Durante a cirurgia os médicos realizaram pequenas incisões, similares às de uma videolaparoscopia.

Vinicius Nicolau Woitowicz, cirurgião cardiovascular, um dos responsáveis pelo procedimento inédito, explicou que um dos benefícios da técnica com robô é a rápida recuperação. No caso de Cleber, em menos de uma semana a alta saiu.

O melhor tratamento com o menor risco. Duas questões levadas a sério pelo cirurgião. Nem sempre a cirurgia cardíaca robótica será recomendada.

O cirurgião cardiovascular Robinson Poffo, que é pioneiro em cirurgia robótica cardíaca no Brasil, destacou que a inclusão da técnica é uma esperança para os pacientes.

Cleber deve ser acompanhado ainda por alguns meses. Mas o sentimento já é de vida nova.