Pela terceira rodada da Superliga B de Vôlei Feminino, o Curitiba derrotou o Tijuca, do Rio de Janeiro, por 3 sets a 2, de virada, nesta sexta-feira (27) no ginásio do Círculo Militar do Paraná (parciais de 23/25, 21/25, 25/21, 33/31 e 15/9). O time paranaense venceu as três partidas que disputou até aqui, mas este jogo foi marcado por uma acusação de racismo feita pela jogadora Dani Suco, da equipe carioca. “Quando fui pro saque, ouvi muito nitidamente, muito alto, pessoas fazerem insultos racistas, sons de macaco. E toda vez que eu vinha pro saque, eu ouvia a mesma coisa”, disse Dani, através de vídeos nas redes sociais, nos quais a denúncia é reforçada por Camilly Ornellas e Thaís Oliveira, também atletas do Tijuca, e um homem identificado como Vagner, apresentado como torcedor do Curitiba.

Segundo Dani, a queixa foi levada para um dos árbitros, para o mesário e para o delegado da partida. “Falaram que não poderiam colocar isto em súmula porque só cabe (na súmula) o que é relacionado ao jogo. É uma falha da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), do regulamento (…) Não vamos deixar isso passar ileso. Racismo é crime (…)”, completou a central do Tijuca.

Os clubes e a Federação Paranaense de Voleibol também se manifestaram:

Tijuca Tênis Clube

“O Vôlei TCC manifesta publicamente repúdio a quaisquer formas de discriminação e de preconceito racial. (…) Toda solidariedade as nossas atletas”.

Curitiba Vôlei

“Aqui é lugar de preto.
Aqui é lugar de LGBTQIAPN+
Aqui é lugar de gente.
Aqui é lugar de respeito e educação.

(…) Quando você é racista com um de nós, é racista com todos nós (…)”

Federação Paranaense de Voleibol

(…) a Federação Paranaense de Voleibol primeiramente se solidariza com a vítimas deste crime.
Durante uma festa com mais de 2.000 pessoas vibrando e torcendo, uma atitude isolada acaba tirando o brilho de uma partida jogada em alto nível com dedicação e entrega de ambas equipes.
Infelizmente após relatar ao delegado da partida, não se identificou mais atitudes hostis, o que impossibiitou a identificação do criminoso ou dos criminosos.A FPV repudia veementemente qualquer ação discriminatória e se esforça em capacitar arbitragem e delegados para coibir tal prática. De 16 a 18 de fevereiro na clínica anual de arbitragem este será mais um tema a ser abordado visando orientar sobre quais ações devem ser tomadas.
Vamos junto ao Curitiba Vôlei colaborar para a identificação dos criminosos (…)”