Desde o início deste mês, o sistema de atendimento médico público de urgência e emergência de Curitiba tem sentido o impacto da alta demanda, especialmente pela quantidade de casos de síndromes respiratórias e dengue.

Para atender e acomodar melhor os pacientes, a Secretaria de Saúde de Curitiba colocou em prática um plano de contingência. Para melhorar o fluxo, algumas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) instalaram tendas para direcionar melhor os pacientes e separar de acordo com os sintomas descritos. Essas tendas já foram montadas nas UPAs Boa Vista e Cajuru. Dessa forma, é possível evitar aglomerações e também o contágio por doenças respiratórias.

Além das tendas, foi adotado há duas semanas, desde o dia 10 de abril, o fluxo em Y, muito utilizado durante a pandemia. Esse sistema prevê um eixo de atendimento específico para casos respiratórios e pacientes com suspeita de dengue e outro eixo para os demais atendimentos. Outra estratégia foi a ampliação da carga horária dos médicos que atendem nas UPAs.

Há, ainda, a implantação da estratégia das cabines com conexão direta para teleatendimento de casos leves pela Central Saúde Já Curitiba, nas UPAs Boa Vista, Sítio Cercado e Cajuru, assim como já acontece na UPA Fazendinha.


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Com a chegada do outono e a queda nas temperaturas, os casos de sintomas respiratórios aumentam. Contudo, este ano, os casos de dengue, que continuam em elevação, também sobrecarregam as Unidades de Pronto Atendimento da capital paranaense.

Em uma semana, Curitiba registrou elevação de 42% no número de casos, com mais de 1.300 confirmações da doença. No dia 16 de abril, há uma semana, havia 3.178 casos. Nesta terça-feira, o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) contabilizou 4.505 casos de dengue.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (24), o tempo de espera nas UPAs variava entre uma hora até aproximadamente duas horas.

Daniele Sousa foi uma das pessoas que procurou atendimento na UPA Boa Vista, na manhã desta quarta-feira (24), com sintomas respiratórios.

Outra paciente que procurou a UPA Boa Vista foi Letícia Santos. Ela contou que ficou duas horas para ser atendida e ressaltou que o caso dela não era síndrome respiratória nem dengue.

A secretaria frisou que a UPA é para atendimento de urgência e emergência. E nesses casos, não há espera para esse tipo de atendimento.

Durante uma entrevista coletiva, há cerca de 10 dias, a secretária de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella, falou que, além dos casos de dengue, há outras causas de aumento do tempo de espera na UPAS nas últimas semanas.

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que muitas medidas que agilizam o atendimento já foram implementadas e que a ampliação de leitos hospitalares é feita de forma escalonada. Nos próximos dias, os novos profissionais contratados assumem os postos de trabalho nas UPAs. Além disso, as unidades do Tatuquara e da CIC também devem receber tendas.

A SMS reforçou que as UPAs são unidades voltadas ao atendimento de urgência e emergência. Somente nesta terça-feira (23), as UPAs da capital contabilizaram cinco mil atendimentos. Desses, 77% foram de casos não urgentes.

A secretaria orientou que os pacientes com casos leves devem procurar uma unidade básica de saúde ou a Central Saúde Já Curitiba, que atende pelo telefone (41) 3350-9000, de segunda a sexta-feira, das 7h às 22 horas; e aos sábados e domingos, das 8h às 20h.

A CBN Curitiba entrou em contato com alguns hospitais da capital para saber como está a demanda para casos respiratórios e dengue.

O Hospital Evangélico Mackenzie informou que há bastante movimento no pronto atendimento, mas dentro do esperado. Segundo o hospital, na manhã desta quarta não havia fila de espera de ambulância.

Já o Hospital Universitário Cajuru informou que o pronto-socorro e os leitos de UTI operam em sua lotação máxima, nesta quarta-feira, com períodos de restrição dos encaminhamentos devido à alta demanda de emergências.

No Hospital do Trabalhador, administrado pela Secretaria de Saúde do Estado, informou que todos os leitos de UTI estão ocupados, que o pronto-socorro segue atendendo normalmente e o movimento está dentro do esperado. Segundo a Sesa, o perfil de atendimento no Hospital do Trabalhador é essencialmente voltado aos casos de trauma, o que demanda mais atenção do setor de ortopedia.

A Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que o Paraná possui um processo permanente de encaminhamento de pacientes de acordo com a demanda e a gravidade de cada caso, com atuação do Complexo Regulador.

Conforme a Sesa, nenhum paciente está desassistido e a Secretaria monitora a situação.