Estudar história é uma das melhores formas de aprender, mesmo porque quase tudo o que está ocorrendo hoje, de alguma forma, já ocorreu no passado. Por exemplo, fatos ocorridos no Brasil guardam semelhanças com o ocorrido no Império Romano.

Os romanos desenvolveram eficiente tecnologia para conquistar outros povos e para cobrar tributos deles. Essa foi a base de Roma que, embriagada pelo sucesso, criou enorme burocracia estatal e encheu de vantagens e privilégios os políticos e os burocratas.

Tudo isso foi bancado por impostos extorsivos, e um dos efeitos foi que os povos conquistados migraram desde seus territórios para a capital do império.

Assim, Roma começou a crescer exageradamente e os líderes romanos passaram a temer a revolta da massa urbana por causa da falta de trabalho, alimento e moradia para todos. Uma saída foi enganar o povo, dando comida e diversão.

Os centros de entretenimento cresceram e um deles foi o Coliseu. A população passou a exigir mais comida e mais diversão, ou seja, mais pão e mais circo. Quanto mais os problemas se agravavam, mais o governo crescia e os impostos aumentavam, sob o jugo de exércitos opressores.

A vida no campo não fazia mais sentido, e a população abandonava a zona rural rumo às cidades atrás de pão e circo de graça. A produção rural começou a decrescer, a arrecadação tributária começou a cair, os gastos com o exército e a burocracia não paravam de aumentar, e o império baixou lei proibindo os trabalhadores de deixarem suas terras, sob pena de punição a eles e suas famílias.

Não deu certo. Roma não resolveu seus problemas, e o império entrou em declínio. Eu faço analogia dessa história com os problemas brasileiros, entre os quais a inviabilidade da Previdência Social, a trajetória crescente da dívida pública e o aumento do Estado, problemas esses que também existem também nos Estados Unidos e na China.

O figurino se repete, a tributação está cada vez maior, a pobreza se agrava… e o fantasma do Império Romano ronda por aqui.

Se o conserto dos problemas começasse agora, a recuperação levaria várias gerações. Mas tudo indica que os governantes não aprenderam muito com a queda do Império Romano. É isso.

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