Após quase 30 anos de dois casos de grande repercussão e que aconteceram em Guaratuba, no Litoral do Paraná, o Governo do Paraná deve encaminhar uma carta aos familiares de Evandro Ramos Caetano e Leandro Bossi pela possível não solução dos crimes que aconteceram em 1992.

Leandro Bossi desapareceu em fevereiro daquele ano. Na época, o menino tinha apenas sete anos e, desde então, nenhuma informação foi descoberta sobre o paradeiro dele e o que aconteceu.

Já no dia 06 de abril de 1992, Evandro Ramos Caetano, desapareceu. Neste caso, o corpo dele foi encontrado alguns dias depois e, para a polícia, ele foi vítima de um ritual.

No entanto, em ambos os casos, possíveis erros cometidos pelas forças de segurança da época impediram que eles fossem solucionados de forma a descobrir, de fato, o que aconteceu.

No ano passado, fitas em áudio com os depoimentos feitos pelos acusados da morte de Evandro, por exemplo, foram divulgadas pelo jornalista Ivan Mizanzuk. Nessas fitas, suspeita de torturas cometidas contra os acusados para que eles confessassem o crime.

A partir daí, a Secretaria de Justiça e Trabalho do Paraná determinou a abertura de um grupo de trabalho para traçar apontamentos sobre os dois casos acontecidos em Guaratuba.

O secretário de Justiça e Trabalho, Ney Leprevost, afirma que esse grupo de trabalho trouxe informações importantes, principalmente, para que os possíveis erros cometidos nos dois casos não sejam cometidos novamente.

Por isso, o secretário afirmou que o Governo do Paraná deve pedir desculpas para as famílias de Leandro e Evandro.

O grupo de trabalho sobre esses dois casos também tornou público todos os depoimentos e etapas das investigações. Ney Leprevost afirma que, dessa forma, todas as partes podem tomar as medidas que acharem necessárias, inclusive, pedindo indenização ao Estado.

O relatório final do grupo de trabalho aponta uma série de sugestões ao Estado e ao Poder Judiciário como: a instalação de um comitê de prevenção à tortura; o pedido para a aprovação do projeto que institui o “Alerta Amber”, que prevê o acionamento imediato dos órgãos e canais competentes no caso de desaparecimento de crianças; dar mais condições de trabalho para a Polícia Científica; um programa de combate à intolerância religiosa; e a construção de um memorial das crianças desaparecidas.