O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou o deputado Ricardo Arruda (PL) pelos crimes de lavagem de dinheiro e concussão, que é quando o político angaria parte dos salários de assessores parlamentares.

As investigações, que ocorreram entre 2015 e 2023, apontaram que o político, aposentado de uma carreira no mercado financeiro, teria montado um esquema com cartões de crédito dos funcionários para praticar a rachadinha.

A denúncia mostra com extratos bancários que assessores teriam criado uma via adicional do cartão de crédito pessoal em nome de Arruda e da esposa dele, Patrícia Arruda Nunes. Eles teriam sido utilizados pelo político para gastos pessoais, que somados chegaram a mais de R$ 250 mil, que seriam rateados pelos assessores.

Ainda conforme o Ministério Público do Paraná, Ricardo Arruda teria praticado o crime de concussão, conhecido como “rachadinha”, pelo menos 62 vezes e de lavagem de dinheiro por 50 vezes, durante o período da investigação. Para a lavagem de capital, o parlamentar teria utilizado as empresas em que é sócio para tornar as arrecadações lícitas.


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À CBN Curitiba, Ricardo Arruda negou a prática dos crimes e disse que pode comprovar todos os pagamentos e gastos realizados. Ele ainda afirma que a denúncia se trata de uma perseguição política por parte do MPPR.

No documento protocolado pelo Ministério Público, também há a menção da amortização de uma dívida de um imóvel, com pagamentos de R$ 182 mil pelos assessores parlamentares. O advogado de defesa de Arruda, Jeffrey Chiquini, disse que ainda não foi notificado oficialmente da denúncia, mas que tomou conhecimento pela imprensa. Ele também afirma que o MPPR possui apenas um depoimento de um ex-funcionário insatisfeito com Arruda como prova.

A denúncia pede ainda a fixação de valor indenizatório mínimo para reparação de danos causados pelas infrações descritas com a soma dos valores apresentados.

Já o Ministério Público do Paraná respondeu em nota que “considerando que o procedimento tramita sob sigilo, em cumprimento à legislação vigente, informa que vai se manifestar unicamente nos autos”.