O Ministério Público Federal recomendou ao Ibama que suspenda a autorização para obras de derrocagem na Baía de Paranaguá, após explosão de rochas que matou mergulhador durante o serviço. As obras já se encontram suspensas temporariamente após o incidente, por determinação da empresa DTA Engenharia.
Segundo o órgão federal, foram identificados possíveis riscos ambientais e de segurança do procedimento relacionado às derrocagens da pedra palangana. O pedido é para que o processo siga suspenso até a conclusão das apurações criminais relacionadas à morte do mergulhador.

Também de acordo com o documento do MPF, “há indícios de possível descumprimento de regras básicas de segurança de pessoas” e uso de instrumento inadequado, método indevido e despejo de produto químico no meio ambiente.

SAIBA MAIS:



O acidente ocorreu no último domingo (03), quando o mergulhador realizava serviços relacionados à obra. Na avaliação do geólogo e geotécnico, Abdel Hach, o acidente deve ser investigado para que seja possível diagnosticar erros e explica que o risco de explosão é elevado quando há o manuseio de dispositivos utilizados para detonação.

Após esse acidente, a empresa DTA Engenharia afirmou que todos os serviços obedecem a rigorosas normas técnicas e de segurança. O mergulhador comercial e instrutor na Scubasul, Roberto Baracho, explica que existem diferentes procedimentos para detonação e lembra que o trabalho é considerado seguro quando os procedimentos corretos são utilizados.

A obra na Baía de Paranaguá começou a ser executada em 2021. Em 2020, houve a licitação e o contrato foi assinado em outubro do mesmo ano. Em novembro, a ordem de serviço foi liberada e a Portos do Paraná iniciou a etapa de remoção das rochas dos pontos mais rasos da Pedra da Palangana.
Esse processo de derrocagem da pedra tem como objetivo dar mais segurança à navegação e ao meio ambiente, pois a remoção dos pontos mais rasos do complexo de rochas subterrâneas, pode evitar acidentes com navios.