A análise de laudo pericial, realizado por perito contratado pela Construtora Junção, responsável pela obra do supermercado em que uma laje desabou em Pontal do Paraná, no litoral, deve sair nesta terça-feira (26).

Juarez Xavier Küster, advogado da construtora, afirmou que a documentação do local estava em dia.

Vale lembrar que a Polícia Civil instaurou um inquérito policial para investigar as causas que levaram ao desabamento. Parte da estrutura rompeu e matou três pessoas, além de deixar ao menos outras 12 feridas. Segundo a Polícia, a suspeita é de que a estrutura tenha rompido com o peso de caixas d’água que foram colocadas sobre a laje.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o espaço não tinha projeto de prevenção contra incêndio e pânico aprovado. No entanto, a avaliação estrutural é de responsabilidade de outros órgãos, como a prefeitura. O CREA-PR, que é o órgão responsável por fiscalizar a documentação do projeto de engenharia, informou que em novembro de 2023 foi realizada uma inspeção no local e que a construtora não entregou um documento de gerenciamento de riscos.

O engenheiro responsável pela obra, contratado pelo supermercado para a execução, foi acionado e deve prestar esclarecimentos à polícia.

O espaço está interditado pela Defesa Civil e pela Prefeitura de Pontal do Paraná. Em nota, as autoridades informaram que ainda há risco de colapso estrutural e que estão proibidos a permanência e o trânsito de pessoas no local. O proprietário do supermercado é quem deve estabilizar a estrutura e promover a remoção dos escombros.

Em nota, o Super Rede atacadista informou no fim de semana que “está dando toda a assistência e estrutura aos familiares” e que prestou socorro às vítimas. A empresa também disse que “foram contratados peritos para realizar a análise das lajes juntamente com a perícia científica e averiguar o que motivou o acidente”.

A prefeitura de Pontal do Paraná emitiu uma nota informando que “a empresa protocolizou pedido de alvará no dia 09/11/2023. O departamento competente solicitou toda documentação e após tramitações internas, e por ter sido divulgada a abertura do empreendimento para a sexta-feira (22/03), a fiscalização do município compareceu ao local em 21/03/2024, concedendo o prazo legal de dez dias para que fossem providenciados documentos faltantes”.

O executivo ainda disse que “o empreendimento é tido como de médio risco, o que permite a concessão de prazos para providenciar a documentação. Somente em caso de não atendimento, é que o Município poderia autuar a empresa, ressaltando que é de responsabilidade do contribuinte apresentar a documentação exigida. – As exigências do Município não envolvem questões estruturais e sim, documentais e técnicas, relacionadas à localização, zoneamento, número de vagas de estacionamento, área de destinação de resíduos, ou seja, parâmetros urbanísticos”.