O Tribunal de Justiça do Paraná suspendeu o julgamento de ex-policial penal acusado de matar tesoureiro do PT, em Foz do Iguaçu, no interior do Paraná, em 2022. O julgamento estava marcado para o dia 2 de maio.

O desembargador substituto, Sérgio Luiz Patitucci, acatou o pedido da defesa do réu em transferir o julgamento de comarca pois entendeu que a imparcialidade dos jurados poderia ser comprometida “diante das várias manifestações em favor da vítima”.

No texto, o desembargador também disse que o fato da companheira da vítima possuir um cargo em empresa responsável pela usina de Itaipu poderia influenciar na decisão dos jurados já que o júri é composto por sete funcionários de Itaipu.

O advogado que compõe a defesa do réu, Samir Mattar Assad, disse que a decisão do TJ-PR foi correta para que ocorra um julgamento imparcial.

Em 9 de julho de 2022, o Jorge Guaranho entrou na festa de aniversário de Marcelo Arruda. Houve uma discussão dele com o guarda municipal e pessoas que estavam no local.

Pouco depois, ele retornou ao local da festa e disparou tiros contra a vítima, que morreu um dia depois. Guaranho também foi baleado pela esposa da vítima, que é policial civil, e ficou dois meses internado, sendo preso após receber alta.

A acusação aponta que o crime teve cunho político, já que a festa tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e Guaranho seria apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O advogado da família de Marcelo Arruda acredita que o réu será condenado, independente da mudança de comarca.

Ainda cabe recurso sobre a decisão. A assistência de acusação informou que vai tomar uma decisão em conjunto com a família neste fim de semana.