O júri popular do caso Daniel entrou no segundo dia nesta terça-feira (19). A sessão foi retomada pela manhã, com expectativa dos depoimentos de cinco réus e os debates entre acusação e defesa. A decisão será anunciada após a reunião do Conselho de Sentença, composto por sete jurados, sendo quatro mulheres e três homens.

Inicialmente, a expectativa era de o julgamento seguir até o final desta semana, mas houve dispensa de uma série de testemunhas, o que impactou diretamente na condução do primeiro dia de júri popular, quando foram ouvidas 13 testemunhas e dois réus. Agora, a estimativa é de finalização dos trabalhos até esta quarta-feira (20).

Os jornalistas conseguem acompanhar a sessão, mas sem gravação de imagens e áudios.

O primeiro depoimento desta terça-feira é do réu David Willian Vollero Silva, que é julgado por homicídio triplamente qualificado, com os agravantes de motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel, além de ocultação de cadáver. Ele afirmou que agrediu Daniel e ajudou a colocar o jogador no porta-malas do carro de Edison Brittes. Ele permaneceu no veículo até o local onde foi deixado o corpo de Daniel.

Entretanto, negou participação da morte. Silva relatou que ouviu Édison Brittes matar Daniel, viu a cena em que o corpo dele foi arrastado, mas ficou apavorado e com medo de chamar a polícia.

O segundo a ser ouvido nesta manhã foi Ygor King, que também responde por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela afirmou que não conhecia a família Brittes, mas foi convidado por David Vollero Silva para as festividades de aniversário de Allana. Confessou que participou das agressões, mas que não imaginava a proporção que isso tomaria e que não participou da morte de Daniel.

O advogado Rodrigo Faucz, que defende David Willian Vollero e Ygor King, comentou o motivo de nenhum réu ter respondido as perguntas da acusação na sessão desta terça-feira.

O advogado também pontuou que seus clientes assumem ter agredido Daniel e que devem responder por sua participação efetiva e não pela morte do jogador.

O terceiro réu ouvido foi Eduardo Ribeiro da Silva. Ele é apontado como um dos agressores de Daniel e quem teria ajudado Édison Brittes a carregar o corpo da vítima para uma região de mata. Durante seu depoimento, ele negou a participação na morte e confirmou que agrediu o jogador.

E Allana Brittes é ouvida no final desta manhã de terça-feira. A expectativa é concluir os depoimentos dos réus até o início da tarde.

Ainda nesta segunda-feira, Cristiana Brittes e a Édison Brittes Júnior falaram em juízo. Édison assumiu novamente a autoria do crime. Ele já havia confessado o assassinato e disse que cometeu o ato para defender sua esposa, que estaria sendo importunada sexualmente por Daniel.

Evelyn Brisola Perusso deve ser a última a ser ouvida. Ela não é acusada de homicídio, mas sim por fraude processual por ter ajudado a limpar o sangue da cena do crime.

O juiz Thiago Flores deve promover os debates entre defesa e acusação até o fim do dia.


SAIBA MAIS


Segundo as investigações, o grupo celebrava o aniversário da filha de Edison e Cristiane Brittes, Allana, quando houve a decisão de estender a festa para a casa da família, em São José dos Pinhais. Brittes alega que saiu para comprar bebida e, no retorno, ouviu os gritos de socorro da mulher. A ação, que contou com a participação de outras pessoas, terminou na tortura, morte e mutilação de Daniel Corrêia Dias em outubro de 2018.

O advogado de defesa da família Brittes, Elias Mattar Assad, destacou a sequência dos trabalhos:

Acusações

Allana Brittes será julgada por fraude processual, coação do curso do processo e corrupção de menor.

David Willian Vollero Silva, ex-jogador que teria participado do crime; Eduardo Ribeiro da Silva; e Ygor King serão julgamentos por homicídio triplamente qualificado, com os agravantes de motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel, além de ocultação de cadáver. Evellyn Brisola Perusso será julgada por fraude processual.

Edison Brittes é réu por homicídio qualificado, com agravante de motivo torpe, não possibilitar defesa da vítima e meio cruel. Ele também responderá por ocultação de cadáver, coação do curso do processo e corrupção de menor.

A esposa dele, Cristiana Rodrigues Brittes, responde por homicídio qualificado, por motivo torpe, corrupção de menor, coação do curso de processo e fraude processual.

Após os depoimentos de todos os réus, haverá os debates entre acusação e defesa.

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* Com informações de Marinna Prota

* Matéria atualizada às 11h40