Um dos depoimentos mais esperados no júri popular do caso Daniel, no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, aconteceu na noite desta segunda-feira (18). Edison Brittes, réu confesso da morte do jogador de futebol, disse que se arrepende do crime, mas “quem criou tudo o que aconteceu foi o Daniel”.

Os jornalistas podem acompanhar a sessão, mas sem registro de imagens e áudios.

Ainda conforme o relato de Brittes, ele ouviu o grito de socorro de Cristiane e não conseguiu abrir a porta do quarto onde ela estava. Foi quando, de acordo com ele, deu a volta pelo lado de fora da residência e viu, pela janela, “Daniel por cima” da mulher, sem roupas. Brittes ainda disse que agrediu Daniel e o colocou no porta malas de um carro.

A intenção, segundo o réu, era deixar o jogador em algum lugar. Mas que ficou transtornado ao pegar o aparelho celular de Daniel e verificar imagens do que aconteceu no quarto. Foi quando abriu o porta malas do veículo e cometeu o crime.

Além dele, Cristiana Brittes também foi ouvida na noite desta segunda-feira (18). Ela contou que acordou, em sua cama, parte do corpo exposto e Daniel sobre ela, sem roupas. A ré disse que foi dormir e “acordei vivendo um pesadelo”. Ainda de acordo com ela, Edison entrou no quarto e “pegou Daniel pelo pescoço”.

O advogado de defesa da família Brittes, Elias Mattar Assad, afirmou que os depoimentos dos dois réus eram etapas importantes no processo e que há expectativa sobre os debates entre acusação e defesa.

Segundo as investigações, o grupo celebrava o aniversário da filha de Edison e Cristiane Brittes, Allana, quando houve a decisão de estender a festa para a casa da família, em São José dos Pinhais. Brittes alega que saiu para comprar bebida e, no retorno, ouviu os gritos de socorro da mulher. A ação, que contou com a participação de outras pessoas, terminou na tortura, morte e mutilação de Daniel Corrêia Dias em outubro de 2018.

O assistente de acusação, Nilton Ribeiro, avaliou o depoimento de Edison Brittes.

Brittes mencionou, em seu depoimento, que havia áudios que poderiam comprovar a “provocação” de Daniel. Mas, para Ribeiro, estes áudios são usados como estratégia para uma “cortina de fumaça” sobre o real motivo para o crime.


SAIBA MAIS


Segundo dia de julgamento

Os outros cinco réus serão ouvidos nesta terça-feira (19).  A filha, Allana Brittes, será julgada por fraude processual, coação do curso do processo e corrupção de menor.

David Willian Vollero Silva, ex-jogador que teria participado do crime; Eduardo Ribeiro da Silva; e Ygor King serão julgamentos por homicídio triplamente qualificado, com os agravantes de motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel, além de ocultação de cadáver. Evellyn Brisola Perusso será julgada por fraude processual.

Edison Brittes é réu por homicídio qualificado, com agravante de motivo torpe, não possibilitar defesa da vítima e meio cruel. Ele também responderá por ocultação de cadáver, coação do curso do processo e corrupção de menor.

A esposa dele, Cristiana Rodrigues Brittes, responde por homicídio qualificado, por motivo torpe, corrupção de menor, coação do curso de processo e fraude processual.

Após os depoimentos de todos os réus, haverá os debates entre acusação e defesa.

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