A Polícia Civil está investigando um caso em que um sargento da Polícia Militar decretou voz de prisão para a mãe de aluna que denunciou caso de racismo. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento da discussão. Dentro do colégio, o policial militar impede a mãe de sair do local e diz que irá algemá-la.

A ocorrência foi registrada nesta segunda-feira (20), durante uma reunião pedagógica em que os pais dos dois alunos haviam sido convocados. Segundo nota da Secretaria de Estado da Educação, os responsáveis pelos alunos foram convocados pela escola para resolver a questão em nível pedagógico, mas durante a reunião, o pai do estudante, que é sargento, deu voz de prisão à mãe da aluna vítima de racismo.

Após a discussão, o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (Bpec) foi acionado e conduziu os envolvidos à delegacia. A mãe da estudante registrou Boletim de Ocorrência por abuso de autoridade, enquanto que o sargento registrou boletim por desacato.

O filósofo e professor da Escola de Educação e Humanidades, Sérgio Luis do Nascimento, lembra que no ocorrido o policial estava fardado. Em sua avaliação, é preciso separar a presença do pai na reunião como um assunto pedagógico, e não a serviço.

Em relação ao caso de racismo, o superintendente de inclusão, políticas afirmativas e diversidade (Sipad), Paulo Vinicius, reforça que é preciso registrar Boletim de Ocorrência sobre o caso.

Por outro lado, com a alegação do policial de que teria havido desacato de autoridade, o professor de Direito Penal, Guilherme Oliveira de Andrade, pondera que o fato deve ser averiguado.

De acordo com a Polícia Civil, os pais assinaram um termo circunstanciado. Agora o procedimento será encaminhado ao 1° Distrito da PCPR em Curitiba para a realização de diligências complementares a fim de esclarecer os fatos.

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A Secretaria da Segurança Pública do Paraná e a Secretaria de Estado da Educação também informaram, na nota, que “as ações dos pais dos alunos estão além do escopo da escola, que está colaborando plenamente com as autoridades competentes para esclarecer e resolver o incidente.”