Com a chegada do Dia das Mães, muitas paranaenses têm duplo motivo para comemorar a data, afinal, são simultaneamente mãe e pai. Os dados inéditos foram levantados pelos Cartórios de Registro Civil do Paraná que apontaram que somente entre janeiro e abril deste ano, mais de duas mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe no Estado.

Na série histórica dos quatro primeiros meses do ano, o número de mãe solo em 2022 esteve próximo aos verificados nos últimos anos, com exceção de 2019. Já em 2020 foram quase 2.300 crianças registradas somente em nome da mãe, enquanto em 2021 esse número totalizou cerca de 2.400 nascimentos.

Esses dados se tornam ainda mais relevantes ao levar em consideração que este ano foi registrado o menor número de nascimentos para o período, o que totaliza pouco mais de 48.000 recém-nascidos no Paraná. Comparado ao mesmo período de 2018, quando nasceram cerca de 56.000 crianças e quase 2.400 foram registradas apenas com o nome materno, o que equivale a um aumento de 0,8%. No Brasil, 5% do total de bebês nascidos têm somente o nome da mãe na certidão de nascimento.

De acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, apenas no Paraná, houve aumento de 61% no número de registros que não indicam o nome pai, no comparativo entre 2016 a dezembro de 2018, comparado com janeiro de 2019 até o momento. Os dados ainda apontam que houve quase 484.000 registro de nascimento entre 2016 e 2018, sendo 14.230 com pais ausentes. Já entre o início de 2019 até agora foram pouco mais de meio minhão de nascidos e quase 23.000 registros sem o nome do pai.

Somente em Curitiba, nos últimos dois anos, foram registrados quase 82 mil nascimentos, sendo que houve, no mesmo período, apenas 82 reconhecimentos de paternidade, o que representa 0,1% do total.

O Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Paraná (Irpen-PR) informa que é possível fazer o reconhecimento de paternidade diretamente no cartório desde 2012.

O primeiro-secretário do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Paraná, Bruno Azzolin Medeiros, ressalta que esses números levam a questionar a retomada de campanhas para a conscientização sobre o registro da paternidade.

Segundo Bruno Azzolin Medeiros, é importante assegurar o registro da paternidade nas certidões de nascimento.

Todos esses dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Registro Civil e integram a plataforma nacional, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).