Uma jovem que foi presa após um trote violento que deixou 21 calouros do curso de medicina veterinária feridos, no campus Palotina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), deixou a prisão, neste domingo (3), após um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Ela era a única pessoa que permanecia presa, pois, alegou não ter condições de pagar a fiança estipulada em R$ 10 mil. Os outros três suspeitos de participação nos atos pagaram fiança e deixaram a prisão na sexta-feira (1). Eles também são monitorados por tornozeleira eletrônica.

O caso aconteceu na última quarta-feira (30), quando alunos do curso promoveram um trote para recepcionar os calouros. No entanto, eles passaram um produto que estava dentro de garrafas de creolina.

Durante os depoimentos, as vítimas contaram à polícia que pediram dinheiro pelas ruas da cidade. No entanto, foram levadas para um terreno baldio, onde o produto foi passado no corpo de cada um.

Segundo o delegado da Polícia Civil, Pedro Lucena, responsável pelas investigações, todos os suspeitos confirmaram a participação no ato. A jovem que foi liberada neste domingo também ficou ferida durante a ação.

Todas as vítimas do ato foram atendidas no Hospital Municipal de Palotina e já receberam alta médica. Conforme o hospital, 20 apresentaram queimaduras de 1º e 2º grau e uma aluna desmaiou ao inalar o produto.

Conforme a Polícia Civil, o produto utilizado pode ter sido creolina misturada com suco de limão. No entanto, ele ainda está sendo periciado.

A Universidade Federal do Paraná informou que nesta semana médicos dermatologistas, docentes do Campus Toledo, farão atendimentos individualizados com as vítimas para o tratamento mais adequado das lesões.

Além disso, frisou que a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) está em contato com os familiares dos alunos para orientações, esclarecimentos e acolhimento.

A UFPR disse ainda que está dedicada na apuração rigorosa para a punição dos autores envolvidos e salienta que não tolera nenhum tipo de violência, seja ela física, verbal ou simbólica.

Conforme a Polícia Civil, os suspeitos podem ser indiciados por lesão corporal e constrangimento.

A CBN Curitiba tenta contato com a defesa dos suspeitos.