Com o nome herdado do avô, Florêncio Rekayg Fernandes vem de uma família de caciques e foi preparado para ser uma liderança. Aos 46 anos, Florêncio Rekayg Fernandes é doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma inspiração para as futuras gerações indígenas e um exemplo de que é possível preservar a cultura e as raízes do povo Kaingang.

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E foi com o pensamento no futuro que o professor decidiu estudar e buscar conhecimento. A ideia mirava a evolução e o momento em que a tecnologia chegaria às terras indígenas. Florêncio Rekayg Fernandes é o primeiro professor da rede estadual prestes a se tornar doutor em Antropologia e Arqueologia.

Natural da Terra Indígena Rio das Cobras, em Laranjeiras do Sul, no Centro-Sul do Paraná, o professor está de volta a sua terra depois de ocupar o cargo de diretor na Escola Estadual Emília Jerá Poty, na Aldeia Tupã Nhe’é Kretã, próximo ao município de Morretes, no Litoral do estado. Atualmente, comanda sete colégios indígenas com cerca de 2,5 mil alunos.

Em todo o estado, são 40 colégios indígenas atendidas pela Secretaria de Educação do Paraná.

Florêncio Rekayg Fernandes falou sobre a data, mas ressaltou que todo dia é dia dos povos indígenas, porque a luta não para.

O professor falou sobre a necessidade de mais escolas específicas para os indígenas e também da formação de mais professores nativos.

Em 2020, o professor foi diagnosticado com miosite por corpos de inclusão, uma doença neuromuscular degenerativa, que provoca fraqueza muscular progressiva e atrofia da musculatura corporal. A condição é classificada como doença rara, mas mesmo diante de mais um desafio, o professor permanece ativo em sala de aula, continua seus estudos e deve defender sua tese de doutorado ainda este ano.