A prefeitura de Guaratuba decretou Estado de Calamidade Pública e pede a rescisão de contrato do ferry boat. O prefeito da cidade Roberto Justus alega que existe um colapso no sistema de transporte aquaviário realizado para a travessia da Baía de Guaratuba, em plena temporada de verão. A prefeitura também alega que não houve um planejamento específico da empresa para esse período do ano, que é o de maior movimento na cidade.

Um outro decreto de Estado de Calamidade Pública tinha sido declarado pela cidade no dia 14 de julho de 2021. Ele teve vigência de 60 dias e não foi prorrogado porque, na época, a cidade entendeu que houve melhora no transporte.

Agora a prefeitura entende que há uma morosidade diária excessiva e inconcebível, que cria filas quilométricas e que, segundo a prefeitura, colocam em risco o trânsito nas vias urbanas e nas estradas que levam ao local de embarque e desembarque do ferry boat.

Segundo o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, as multas aplicadas até agora não resolveram a situação.

A prefeitura também alega que a morosidade tem feito com que os moradores da cidade cheguem atrasados até o local de trabalho. Por fim a prefeitura de Guaratuba também alega que a demora coloca em risco o sistema de saúde do município, que possui como unidade de referência de tratamento de média/alta complexidade o Hospital Regional de Paranaguá e que atrasos podem ser determinantes e fatais no tratamento dos pacientes.

O ferry-boat de Guaratuba conta com uma nova concessão desde abril de 2021. Desde então, mesmo fora de temporada, os usuários reclamam da demora no tempo de espera. Em junho, após o DER emitir 10 multas, uma nova balsa foi incluída.No feriado de natal, uma balsa chegou a ficar sem combustível. Muitos ouvintes enviaram aqui pra CBN desde então reclamações.

Procurado pela reportagem da CBN, o Governo do Estado se manifestou por meio de nota e diz que instaurou um Processo Administrativo de Apuração de Responsabilidade (PAAR) contra a empresa que opera o ferry-boat em Guaratuba, no litoral do Estado, por falhas na execução do trabalho. Tal medida pode levar à rescisão unilateral do contrato.

Ainda segundo a nota, o governo alega que mantém ampla fiscalização da operação das balsas no litoral e que tem avançado, junto ao Ministério Público Estadual, nas tratativas para a construção da Ponte entre Guaratuba e Matinhos, projeto aguardado há décadas e que resolve o gargalo logístico da região.

Sobre o decreto de calamidade a BR Travessias Ltda informa que desde que assumiu a concessão, em 7 de abril de 2021, vem realizando todos os investimentos necessários para sanar deficiências e atender às determinações contratuais – o que claramente ficou só no papel, né, ouvinte?

A concessionária também informa que desde abril, até o final de dezembro de 2021, foram investidos cerca de 8 milhões em equipamentos e estruturas.

Os três ferrys de propriedade do DER, sob responsabilidade da BR Travessias foram reformados. Tiveram praticamente toda a parte mecânica e elétrica trocadas. Os equipamentos também receberam novos motores e pintura superficial para conter a ferrugem presente em toda parte. Também foram necessárias reformas nas pontes de acesso aos flutuantes, que apresentavam riscos à segurança do usuário e nas instalações elétricas e hidráulicas do edifício em que funciona a administração da concessionária.

Melhoria que são importantes, né, mas e o serviço, não melhorou porque? Né ouvinte?

A empresa reafirma seu empenho e a realização de investimentos permanentes no sentido de recuperar equipamentos, estruturas e oferecer um serviço de excelência ((estamos longe disso, não é? Dessa exelencia))) que o usuário merece, o que, reconhece, ainda não alcançou, assim como de cumprir todas as determinações contratuais, nos prazos estabelecidos.

Guaratuba, 11 de janeiro de 2022