De acordo com um levantamento feito pelo DIEESE com dados da UBRS, em 2011, quando o novo contrato do transporte coletivo de Curitiba passou a vigorar, o número médio de passageiros por mês era de 25 milhões. Em 2019, esse número era de 14 milhões e durante a pandemia caiu para 10 milhões. A redução, no entanto, é creditada a elevação do valor das tarifas, segundo Lafaiete Neves, doutor em Desenvolvimento Econômico pela UFPR e membro da Plenária Popular do Transporte Coletivo.
Tarifa alta afasta passageiros do sistema de transporte, afirma especialista. Foto: Joel Rocha/SMCS
A fala do especialista foi feita dentro da reunião da Comissão Especial Para Discutir o Novo Contrato do Transporte Coletivo – Tarifa Zero, da Câmara Municipal dos Vereadores da capital. As discussões também passaram, além da redução do número de passageiros, pelo custo por km, que em 2015 era de R$ 7,18. Já em março de 2023, o custo foi para R$ 12,08.
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No mesmo período, a tarifa social passou de R$ 3,30 para R$ 6,00 e a técnica, de R$ 3,27 para R$ 7,29. Lafaiete atribui os altos custos repassados aos usuários à cláusulas contratuais, como a tarifa técnica, que só existiria em Curitiba.
Curitiba tem a tarifa de ônibus mais cara do Brasil entre capitais sem metrô. Foto: Luiz Costa/SMCS.
A Comissão Especial do Transporte foi proposta em 2021 e instalada neste ano para discutir a atual concessão do serviço público, que vence em 2025. O grupo tem o prazo de 120 dias para elaborar um relatório que possa subsidiar a construção de uma nova licitação.