Os brasileiros tiveram empatia acima da média e sentiram mais medo durante o período de pandemia da Covid-19 do que habitantes de outros lugares do mundo. Esse é um dos resultados de uma pesquisa realizada em 34 países, liderada pela Associação Americana de Psicologia, com participação da Universidade Federal do Paraná. São cientistas de mais de 40 países envolvidos no estudo e a Universidade de Estocolmo fez a articulação dessa rede global de pesquisadores.
Os resultados indicam que quando a confiança no governo é fraca — tanto faz se em nível individual ou coletivo — a população sentiu mais medo da doença e aderiu a comportamentos preventivos. O Brasil aparece no estudo entre os cinco países com menos confiança no governo em nível individual e entre os oito com menos confiança no governo em nível coletivo.
Segundo a professora do setor de Ciências da Saúde e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Polícias Públicas da UFPR, e uma das autoras do artigo, Rubia Carla Formighieri Giordani, o medo e a empatia fizeram os brasileiros adotarem medidas preventivas contra a Covid-19.
Foram mais de 12 mil respostas e o formulário da pesquisa foi traduzido para mais de 20 idiomas. A coleta dos dados foi realizada entre 2020 e 2021. Ao analisar os resultados, Brasil apresenta uma empatia com o próximo maior que na maioria dos 34 países estudados.
O artigo publicado no periódico Communications Psychology, do grupo Nature, sugere em que contextos políticos o medo e a empatia social podem servir de motivação à adesão de medidas preventivas na crise global. O estudo mostra que em populações mais vulnerabilizadas a solidariedade e a empatia foram fortalecidas nesses períodos de maior dificuldade.
Em termos de adesão às medidas preventivas, o Brasil ficou entre os cinco países onde mais se declarou apoio ao enfrentamento a pandemia, em empate com Bangladesh e México.
Com informações da UFPR.