A Polícia Civil investiga caso de racismo sofrido por aluno de colégio particular de Curitiba, após denúncia realizada pela mãe do aluno nesta segunda-feira (29). Segundo relato da mãe, o jovem era alvo de palavras racistas em virtude da cor da pele e recebia ameaças de agressões físicas.

Prints enviados pela mãe à CBN Curitiba mostram que as ofensas também eram proferidas em grupos de mensagens, com ameaças de que o estudante seria agredido. Já outra imagem mostra uma suástica nazista feita por um dos agressores no caderno da vítima.

Segundo a mãe, as ameaças ocorreram porque um aluno teria ciúmes da amizade entre a própria namorada e a vítima. Posteriormente, as agressões verbais se tornaram mais pessoais. E em uma das situações o filho foi cercado por alunos que incentivavam agressões.

Por meio de nota, a Polícia Civil disse que o caso já está a cargo da Delegacia do Adolescente e corre sob segredo de justiça por envolver um menor de idade.

O Colégio Positivo manifestou repúdio às agressões por meio de nota à imprensa. A instituição afirmou que não tolera atos de preconceito e discriminação e confirmou que apura os fatos ocorridos no colégio. Leia a nota na íntegra:


“Repudiamos e não toleramos no ambiente escolar qualquer ato de desrespeito, preconceito e discriminação. Após a denúncia, iniciamos imediatamente a apuração dos fatos, visando resguardar a segurança de todos.


De acordo com o Regimento Interno, condutas impróprias manifestadas por nossos estudantes são prontamente compartilhadas com os responsáveis pelos envolvidos. Em caso de ato infracional, as autoridades públicas competentes são comunicadas, sempre com o conhecimento da família.

Informamos que o colégio promove ações de conscientização e de combate ao bullying, inclusive sobre o tema racismo, disponibilizando um Canal Aberto para denúncias por meio de telefone, site e WhatsApp.”

Caderno da vítima foi riscado com suástica em apologia ao nazismo.

Casos de racismo em colégios não são isolados. Também neste mês, a Polícia Civil já havia determinado afastamento temporário das funções públicas de um professor de história de duas escolas estaduais em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). As investigações mostraram que o professor usava suas redes sociais para fazer apologia ao nazismo, além de compartilhar conteúdos de cunho racista e xenófobo.

Ele é investigado por crimes previstos na lei nº 7.716/1989, por praticar e incitar a discriminação e preconceito de raça, cor e procedência nacional, bem como veicular símbolos, emblemas que utilizam a cruz suástica e afins para a divulgação do nazismo, através de suas redes sociais.