Em junho deste ano um ex-aluno de 21 anos entrou no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do Paraná, e fez diversos disparos com arma de fogo. Dois estudantes morreram. A polícia foi acionada e o assassino preso. Um dia depois do ataque, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que ele foi encontrado morto na cela. No mesmo mês, outros dois suspeitos de envolvimento no ataque à escola foram presos, um em Rolândia, no norte do Paraná e outro em Gravatá, Pernambuco, que seria o mentor intelectual do atirador.

No fim do mês de junho as aulas retomaram no colégio. O governo anunciou reforço de segurança, com a presença de policiais militares. Seguranças terceirizados também foram contratados pela instituição.
Mas, e como fica o psicológico dos estudantes, professores, funcionários e toda a comunidade escolar após o ocorrido? Como lidar com as transformações e o medo?

A psicóloga Rosiane Martins, vice-presidenta do Conselho Regional de Psicologia, vinculada à Prefeitura de Cambé, conta que esteve na equipe que auxiliou no atendimento às famílias, estudantes, professores da comunidade na época. Ela afirma que é preciso um trabalho interdisciplinar de acolhimento em casos como este.

Grizieli Martins Feitosa, psicóloga, presidenta do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, lembra que é preciso pensar sobre as dores de toda a comunidade.

É preciso lidar com o trauma a longo prazo.

No caso específico de Cambé, o governo do Paraná anunciou na época a contratação de 200 psicólogos para atuar nos 32 Núcleos Regionais de Educação. Esses profissionais devem dar apoio aos diretores, professores e pedagogos, para que estes possam realizar o acolhimento de estudantes, lidar com situações como bullying e identificar casos que necessitem de encaminhamento para a Rede de Proteção, por exemplo.
Além disso, já estão em andamento dois projetos da Secretaria de Educação voltados à saúde mental: um para profissionais da educação e outro para estudantes. Para os alunos o projeto é chamado de Escola Escuta, foi implementado desde o início deste ano letivo e propõe que todos os colégios da rede estadual tenham uma pessoa de referência para acolher estudantes que desejem conversar sobre questões emocionais ou dificuldades que estejam enfrentando.