A prefeitura de Curitiba informou que a capital paranaense enfrenta um surto de Hepatite A. O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde indicou que a capital tem 150 casos acumulados da doença de janeiro até 26 de abril.

No início de abril, a empresária Julia Franciosi, de 33 anos, começou a sentir os primeiros sintomas. Ela decidiu procurar atendimento médico, mas os especialistas não identificaram, de início, que ela estava com Hepatite A.

Ela é apenas uma das dezenas de pacientes que contraíram a doença em Curitiba. Entre 2012 e 2022, a cidade havia registrado 111 casos, índice inferior ao contabilizado somente em 2024. Quando os sintomas pioraram, a Julia ficou bastante preocupada.

A prefeitura de Curitiba informou que a principal orientação é lavar as mãos e alimentos adequadamente antes de comer. Além disso, é preciso estar atento à qualidade da água e utilizar preservativos nas relações sexuais. O médico infectologista Jean Tafarel reconhece que há um surto da doença na capital.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Centro de Epidemiologia não identificou qualquer foco de contaminação em água ou alimentos. A principal hipótese é de que o sexo sem a proteção seja o motivo de disseminação da doença.

Desde 2014, a vacinação contra a Hepatite A está no calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de até 5 anos. Por conta disso, muitos adultos que não se imunizaram pela rede privada estão desprotegidos. Para o médico infectologista, a falta de vacinas é um dos motivos do surto da doença.

Dos 150 casos confirmados, 80% correspondem a pacientes do sexo masculino e 20% a mulheres. A faixa etária mais atingida tem entre 20 e 39 anos, como o caso da Julia. Ela, que esteve bastante debilitada, mas que se recuperou, alerta sobre os riscos da Hepatite A.

Na capital, três pessoas morreram por conta da doença neste ano. As vítimas eram uma mulher de 29 anos e dois homens, de 40 e 60 anos. Outro paciente, de 46 anos, precisou de transplante de fígado e já se recuperou. A prefeitura de Curitiba informou que 48% das pessoas contaminadas precisaram de hospitalização e, quase 10%, precisaram de cuidados intensivos.