A Polícia Civil informou, nesta quarta-feira (8), ter indiciado três pessoas por conta do desabamento da laje de um supermercado em Pontal do Paraná. O caso aconteceu em março. Três pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas. Dentre os indiciados, estão o proprietário da construtora que elaborou a obra do empreendimento, o dono do supermercado e o responsável pela estrutura.

Durante coletiva de imprensa, o delegado responsável pelo caso, Jader Roberto, disse que o empreendimento não deveria ter sido inaugurado. Dentre as irregularidades apontadas pela perícia, ele explicou que o local foi inaugurado sem alvará de licença da prefeitura, o que causa estranheza por parte das autoridades policiais.

Nesta semana, a Polícia Científica do Paraná apresentou os laudos complementares sobre o caso. O desabamento atingiu três pavimentos de laje, onde estavam caixas d’água. O proprietário da construtora também irá responder por imperícia; o dono do supermercado, por imprudência; e o responsável pela obra, por negligência. O caso será encaminhado ao Ministério Público, que pode ou não oferecer denúncia à Justiça.

Um dos peritos responsáveis por analisar as causas do desabamento, o engenheiro Luiz Noboro informou ter constatado uma série de irregularidades na estrutura da laje. Dentre os problemas identificados, foi apontado um pedaço de madeira calçando a viga ao pilar, o que é considerado inadmissível, segundo ele, pelos padrões adequados de construções.

O perito indicou ainda que o vazamento de água identificado por algumas testemunhas no local onde estavam as caixas d’água não seria o fator determinante do desabamento. O laudo apresentado pela perícia tem 198 páginas e detalha outras falhas identificadas na estrutura da obra.

As três vítimas que morreram no desabamento eram funcionárias do supermercado. O desabamento, para a perícia, aconteceu a partir de uma série de fatores que culminaram no colapso da estrutura.

Em contato com a CBN Curitiba, a defesa da construtora disse que aguarda ter conhecimento do laudo técnico para se manifestar. A reportagem tenta ainda contato com a prefeitura de Pontal do Paraná e com os advogados dos outros dois iniciados.