Uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Segurança Pública após dois relatórios da Agência de Inteligência do Deppen (Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná) revelarem uma investigação sobre corrupção dentro do espaço prisional. A medida adotada pela Pasta quer apurar quais os trâmites realizados após a finalização do relatório e como os envolvidos teriam sido punidos ou se foram efetivamente penalizados.

No documento, ao qual a CBN teve acesso, os agentes relatam uma denúncia de que o ex-diretor do Deppen, Francisco Caricatti, teria recebido propina do traficante Marcos Silas, para garantir que o detento ficasse em uma cela onde a contravenção de celulares fosse facilitada e que também impedisse a sua transferência para um presídio federal. Para realizar esse suposto esquema, Caricatti teria recebido cerca de R$ 1,5 milhão do criminoso.

O caso veio à tona após uma série de reportagens ser produzida pela RIC TV, onde eram relatados esquemas que envolvem facções agindo no Paraná. No último episódio, a situação no Deppen seria relatada, mas uma liminar na Justiça, a pedido do ex-diretor, impediu a emissora de realizar a exposição do material.

Diversas entidades do setor repudiaram o que chamaram de “censura prévia” do órgão de imprensa.

À CBN Curitiba, Francisco Caricatti afirmou que está sendo alvo de servidores que pretendiam “tirar ele da direção do Deppen” e que “na época pediu investigações”. Ele também pontua que “esse relatório é uma denúncia anônima” e que não teria vindo da Agência de Inteligência, e ressalta que “o Deppen pode comprovar a veracidade dos fatos com o documento oficial”.

O governo do Paraná disse em nota que acompanha a investigação da Sesp. Na Assembleia Legislativa, o líder do governo, deputado Hussein Bakri disse que o caso será investigado.