Parte dos projetos de proteção ambiental do Paraná aprovados pela Justiça Federal na quinta e sexta-feira (05) devem passar por análises técnicas nas próximas semanas. As propostas fazem parte de planos de reparação ao Paraná por conta de vazamento de óleo que ocorreu em 2000.

O Estado vai receber R$ 1,4 bilhão em acordo com a Petrobras. O acordo prevê que 5% do valor sejam utilizados para projetos que venham a ser apresentados por Araucária, área mais afetada pelo desastre, bem como outros 5% para programas que beneficiem a bacia hidrográfica do Alto Iguaçu, que envolve áreas nos municípios de Curitiba, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais e outros.

O Juiz Federal, Antônio Bochenek, explica que algumas propostas aprovadas nestes dois dias terão de passar por outra análise técnica para acertar alguns detalhes finais.

Nesta sexta, foram aprovados três projetos para unidades de conservação estaduais. Os planos preveem levantamento de controle de espécies exóticas invasoras; conservação da espécie Muriqui-do-Sul no estado e também implementação de torres de observação de avifauna nas unidades de conservação estaduais.

Na quinta-feira, outros projetos já haviam sido aprovados para proteção e reparação ambiental em municípios afetados pela tragédia. No primeiro dia, foram acatados seis projetos de recuperação ambiental para o município de Araucária, o mais afetado pela tragédia.

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Para esta etapa em Araucária, o Governo do Paraná confirmou que a Justiça Federal vai começar a liberar nos próximos dias parte dos recursos da Petrobras referente à indenização, como explicou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.

Ficou estabelecida a execução imediata de seis projetos: três em Araucária, indicados pela prefeitura local, e outros três na bacia do Alto Iguaçu, nos municípios de Contenda, Lapa e Porto Amazonas. O valor total destes investimentos é de R$ 11.196.713,85, cerca de 1% da verba compensatória total que, com juros e correções, é atualmente de R$ 1,2 bilhão. Os recursos serão aplicados pelo Governo do Paraná em ações de conservação, proteção e recuperação de áreas de proteção ambiental, como encostas, rios, mananciais.

Ainda assim, algumas propostas não tiveram consenso total e vão passar por reunião técnica nos dias 10 e 17 de julho. Após esse processo, há a expectativa para liberação dos recursos, mas ainda sem data definida.

Em 2000, quatro milhões de litros de petróleo vazaram pelo Rio Iguaçu, causando danos ambientais e prejuízos para a população local. Segundo o Governo do Paraná, os impactos do acidente alcançaram 40 quilômetros de extensão do Rio Iguaçu na época, além de contaminar aproximadamente 140 hectares de solo, o que trouxe sérios prejuízos à fauna e flora da região do Alto Iguaçu. A reparação envolve danos causados a anfíbios, aves, mamíferos, peixes, flora, qualidade do ar e águas subterrâneas.