O corte de árvores de maneira irregular em Curitiba gerou a abertura de um processo de cassação do alvará de funcionamento de três empresas de publicidade suspeitas de cometer os crimes ambientais. A prefeitura da capital informou que fez a denuncia inicial para a delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, quando seis ipês amarelos foram cortados no bairro Juvevê. Criminosos espalharam notícias falsas nas redes sociais atrelando o corte à prefeitura, que realizou um levantamento e apresentou um dossiê para a polícia com todos os cortes sem permissão realizados na cidade nos últimos meses.

Na terça-feira (11), uma operação da Polícia Civil prendeu seis pessoas envolvidas no processo de retirada das árvores de espaços públicos, geralmente em rodovias e avenidas movimentadas. De acordo com o delegado Guilherme Dias, as empresas envolvidas pagavam para que o corte fosse feito para que painéis de propaganda tivessem um maior campo de visão.

O delegado da Polícia Civil Guilherme Dias durante coletiva de imprensa na terça-feira (11). Foto: Marinna Prota/CBN Curitiba.

As investigações, que começaram em maio, seguiram até que um homem foi identificado como o responsável pelos cortes com uma motosserra irregular em 45 locais de Curitiba. Depois, a polícia identificou pagamentos feitos por contas de pessoas físicas atreladas às empresas de publicidade. Diretores das empresas estão presos preventivamente.

Polícia monta operação contra suspeitos de cometerem crimes ambientais em Curitiba. Imagens: PCPR.

As secretarias municipais do Meio Ambiente e do Urbanismo deram início ao processo de multas e cassação do alvará de funcionamento das empresas de publicidade envolvidas na investigação. E os envolvidos vão responder criminalmente pelos crimes de destruição de vegetação do bioma mata atlântica, destruição de plantas de ornamentação públicas, utilização ilegal de motosserra, poluição e associação criminosa. As penas podem chegar a até 13 anos de prisão.

Entre as árvores cortadas estão espécies protegidas por lei em Curitiba. Ao todo, 43 tipos não podem ser cortados sem que exista o risco de queda, além do Ipê Amarelo, estão na lista o Pau-Brasil, que possui um exemplar em frente a prefeitura e a Araucária, presente em diversos espaços da cidade.

De acordo com as investigações, árvores protegidas como o ipê amarelo teriam sido cortadas pelos criminosos. Foto: SMCS

Por meio de nota, o SEPEX-PR – Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado do Paraná – informou que está acompanhando os desdobramentos da investigação e que vai “colaborar com as autoridades”. A instituição ainda informou que está atenta a projetos pró-ambientais de seus parceiros, incentivando atividades que tenham um impacto positivo de sustentabilidade e que tem o “compromisso com a promoção de boas práticas ambientais”.