Números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam que o preço médio do etanol é 45% menor que o da gasolina comum nos postos de combustível em Curitiba. Os índices são relativos à primeira semana do ano e apontam vantagem em abastecer com o álcool, já que a diferença no preço é inferior a 70% ao da gasolina, estando em 68%.

Os dados divulgados pela ANP indicam que o preço médio do litro da gasolina comum subiu 17% em um ano em Curitiba. Os números apontam o custo na primeira semana de 2024, em comparação com a primeira semana de 2023. No ano passado, o valor era de R$ 5,39 e, neste ano, saltou para R$ 5,96.

A gasolina aditivada também teve alta nesse período. No início de janeiro do ano passado, o preço médio era de R$ 5,32 e, neste ano, chegou a R$ 6,15. A alta acumulada, segundo o levantamento, é de 15%. O etanol apresentou queda, variando de R$ 4,46 para R$ 4,09 no período de um ano, com uma redução percentual de 11%.


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Mesmo assim, existem motoristas que não abrem mão de abastecer com gasolina. O empresário Luís Felipe Scherer disse que os preços estão altos, mas por conta do custo-benefício, ainda procura pelo produto mais caro. Para ele, a rentabilidade é maior quando se compara com o uso do etanol.

Essa é a mesma opinião do técnico de instalações Alano Santiago. Ele é proprietário de moto e só pode abastecer com gasolina, mas na empresa na qual trabalha, essa é a recomendação dos chefes. O carro que dirige para o trabalho dele só é abastecido com gasolina. Na opinião dele, a qualidade do combustível é melhor.

Mas nem todos têm o mesmo ponto de vista. O funcionário público Luís Carlos Pereira de França é natural de Brasília e está passeando por Curitiba. Ele contou que procura só abastecer com etanol, mas criticou o preço aplicado no produto na capital paranaense em comparação com a capital federal.

Quem tem a mesma opinião é o motorista de aplicativo Gabriel Ebenézer Cavalheiro, que procura abastecer o carro dele apenas com etanol. Ele explicou que, para o veículo dele, o combustível mais barato acaba tendo maior rentabilidade. Por conta disso, ele não dispensa o álcool na hora de encher o tanque.

O economista e professor do Centro Universitário Internacional Uninter, Marcos José Valle, explicou que a mudança na política de preços de combustíveis da Petrobras diminuiu o valor da gasolina, mas aumentou a demanda, o que subiu novamente o custo do produto. Por outro lado, o etanol foi deixado de lado, o que reduziu o preço.

No Brasil, o preço médio da gasolina aditivada saltou de R$ 5,31 para R$ 5,76 em um ano, em uma alta percentual de 8,4%. O custo da gasolina comum aumentou de R$ 5,12 para R$ 5,56, alterando em 8,5%. E o etanol registrou queda de R$ 4,01 para R$ 3,39, o que representa 15% em indicadores percentuais.