Os casos de feminicídio aumentaram 5% no Paraná entre 2022 e 2023. Em 2022, 77 mulheres morreram. Em 2023 o número subiu para 81. Dois deles foram registrados em Curitiba e outros 10 em cidades da região metropolitana. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado, divulgados no início de fevereiro deste ano. Neste ano, já são pelo menos 8 em pouco mais de um mês.

Neste feriado de Carnaval três casos chamaram atenção. Em um deles, uma mulher de 41 anos morreu após ser esfaqueada na casa onde morava, em Indianópolis, cidade do noroeste do Paraná. Segundo a Polícia Militar (PM), o principal suspeito é o companheiro da vítima. O crime foi registrado na segunda-feira (12).

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Já em Curitiba, um homem de 26 anos foi preso suspeito de matar a esposa, de 24 anos. O crime aconteceu na própria casa onde o casal morava, no sábado (10), de acordo com a Polícia Militar (PM-PR).

Na última sexta-feira (9), um homem de 32 anos foi preso como suspeito de ser o autor de um feminicídio ocorrido em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no mesmo dia. Ele foi localizado em Morretes, no litoral paranaense, duas horas após o crime.

Emanuele Siqueira, delegada da Polícia Civil, explica que há uma falsa impressão de que os números aumentam no Carnaval. Segundo a delegada os casos são expressivos no ano todo. Só em 13 de novembro do ano passado, por exemplo, foram registrados 53 boletins de ocorrências de violência contra a mulher e 40 pedidos de medida protetiva em Curitiba.

A delegada lembra da importância do registro de violência contra as mulheres. Segundo ela, o pedido de medida protetiva é fundamental para salvar vidas.

Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla, historiadora, doutora em História e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Políticas Públicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), lembra que a liberdade das mulheres não pode ser confundida como convite para importunação sexual.

A especialista lembra ainda de uma pesquisa, que fala sobre o medo das mulheres de sair nas ruas em datas festivas, como o carnaval.

A violência contra a mulher poder ser denunciada de forma anônima pelas vítimas ou testemunhas pelo telefone 181. Caso um crime tenha acontecido ou esteja prestes a acontecer, o recomendado é acionar a Polícia Militar pelo número 190.

A vítima pode registrar um boletim de ocorrência na delegacia da Polícia Civil ou, caso não possa à delegacia, o registro pode ser feito online pelo site policiacivil.pr.gov.br/BO.

Vítimas ou testemunha de qualquer descumprimento das medidas protetiva podem acionar a Central de Emergência da Guarda Municipal pelo telefone 153.