O Paraná está em sexto lugar no ranking dos estados com maior taxa de titulação de doutores em 25 anos, por 100 mil habitantes. Em 2021, a taxa estava em 13,2, atrás de Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre 1996 e 2021, mais de 15,4 mil estudantes receberam o título de doutor por instituições públicas e privadas do Paraná – 55% deles foram para mulheres. Os dados são de pesquisa, divulgada nesta semana, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Já a taxa de titulação de mestrado concedido no Paraná ficou em 44 por 100 mil habitantes entre 1996 e 2021. Neste período, mais de 68,6 mil estudantes receberam o título de mestre no estado, 56% deles foram para mulheres.

Priscila Murr tem 33 anos e faz parte das estatísticas. Ela é mestre em Estudos de Linguagens pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e doutoranda em Comunicação na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Também é bolsista no Núcleo de Jornalismo da Agência Escola da UFPR. Priscila conta que despertou para a vida científica quando estava na graduação. Para ela, há muitas possibilidades de atuação após o mestrado ou doutorado.

Maura Harumi Sugai Guérios, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Positivo (UP), analisa que antes o acesso ao mestrado ou doutorado era considerado algo de luxo. A pesquisa traz a realidade da transformação da pós-graduação no Paraná.

Para Maura, a atuação dos mestres e doutores interfere diretamente na economia do estado ou do país.

Já Nathan Mendes, diretor de Pós-Graduação Stricto Sensu da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), observa que é preciso avançar e repensar, inclusive, sobre a duração dos cursos.

Em 25 anos, o Paraná teve um aumento de mais de 600% no número de cursos de mestrado. Em 1996, apenas 46 cursos estavam disponíveis nas instituições públicas e privadas. Já em 2021, o número saltou para 323. O estado fechou 2021 com 202 cursos de doutorado. Em 1996, eram apenas 11 em todo o estado.

Quando o recorte é por área de conhecimento, o estado fechou 2021 com 51 cursos de mestrado na área de ciências sociais aplicadas, 49 de ciências humanas e 46 em ciências da saúde. A área de linguística, letras e artes foi a que teve menor registro de cursos em 2021: apenas 17.

Já nos cursos de doutorado, as áreas de humanas e saúde tiveram maior espaço em 2021: 30 cursos nas instituições públicas e privadas. A área de agrárias estava com 27 cursos e sociais aplicadas com 24.