O Paraná começou a formatação do chamado Plano Estadual para a Conservação de Grandes Felinos. O projeto prevê a criação de um banco de dados de ocorrências envolvendo esses animais dentro do território paranaense, o que deve ajudar a mapear a quantidade, onde eles vivem e os níveis de ameaça contra a fauna.
A expectativa é que os monitoramentos sejam executados tanto por armadilhas fotográficas quanto pela captura dos animais. Essa captura consiste em uma armadilha para prender o animal para que biólogos e veterinários possam anestesiar a onça e coletar o sangue e o pelo, por exemplo. Essas informações serão usadas também na formatação de um banco genético. Logo após os estudos, as onças são devolvidas ao habitat natural, sem nenhum risco para a saúde dos animais.
Segundo o biólogo da divisão de estratégias de conservação do Instituto Água e Terra (IAT), Mauro Britto, o plano propõe como medidas iniciais o levantamento da existência de onças-pardas (Puma concolor) e onças-pintadas (Panthera onca) no território paranaense.
As duas espécies correm risco de extinção em decorrência do desmatamento, caça e atropelamentos. Todas as proposições precisam ser colocadas em prática em um intervalo de até cinco anos. Segundo a bióloga da Divisão de Estratégias de Conservação da Diretoria de Patrimônio Natural do IAT, Tauane Ingrid Ribeiro, o projeto também prevê criar mecanismos para mostrar a importância da coexistência pacífica entre as pessoas e os grandes felinos.
A região de fronteira do País com Paraguai e Argentina, no Oeste do Estado, e a Serra do Mar são os locais selecionados para o estudo por possuírem grandes áreas florestadas com remanescentes de Mata Atlântica e também pela existência confirmada de onças.