No Paraná, 46,8% das crianças e adolescentes passam por alguma privação, seja na educação, no acesso à informação, moradia, acesso à água, saneamento ou renda. Os dados são do relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, feito em 2022 e divulgado nesta semana pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Em 2019, última vez que a pesquisa foi feita, essa porcentagem era maior: 50,8%.

O dado mais alarmante no Paraná é com relação a privação de saneamento. 27,84% das crianças e adolescentes não tem acesso ao básico. 38,5 mil crianças vivem privação extrema com relação a saneamento, 746,3 mil ainda tem algum acesso, mas de forma intermediária. O levantamento mostra também que 19,5% das crianças e adolescentes não tem acesso à renda, 6,4% tem privação de educação, 5,1% de moradias adequadas, 1,8% à informação e 1,1% à agua.

Jucimeri Isolda Silveira, professora do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Políticas Públicas (PPGDH) e do curso de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Doutora em Serviço Social e mestre em Sociologia, lembra que, nos dados gerais, o Paraná está atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ainda há muitos desafios.

A ausência ou fragilidade de políticas públicas é que faz com que os índices de desigualdade aumentem.

Durante a pandemia de Covid-19 o maior problema foi o aumento da insegurança alimentar.

Em todo o Brasil, entre 2019 e 2022, o percentual de meninas e meninos vivendo na pobreza, em suas múltiplas dimensões, caiu. No mesmo período, no entanto, a proporção de crianças de 7 anos de idade que não sabem ler e escrever dobrou, passando de 20% para 40%.