De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), policiais cumpriram dez mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (25). A ação faz parte da Operação Fração, que investiga crimes contra a administração pública, especialmente o de concussão, que ocorre quando o servidor exige alguma coisa em razão de seu cargo, e também o crime de lavagem de dinheiro. A investigação apontou que existe a suspeita de exigência de parte do salário dos assessores do deputado Ricardo Arruda (PL), prática conhecida como rachadinha, além de dissimulação da origem ilícita do dinheiro adquirido.

A operação foi executada por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPPR, com apoio da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e cumpridas em Curitiba, além das cidades paulistas de Espírito Santo do Pinhal e São Paulo. Na capital paranaense, foram cumpridos mandados na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no gabinete do deputado estadual, alvo da investigação.

Conforme o Ministério Público, a Assembleia Legislativa colaborou com a investigação. O processo tramita em segredo de justiça em virtude da natureza dos crimes investigados.

A CBN Curitiba entrou em contato com o gabinete do deputado e recebeu uma nota do advogado Jeffrey Chiquini, que está na defesa de Arruda: “Uma busca desnecessária, decorrente de uma investigação de 2020, já devidamente elucidada. Tudo já havia sido esclarecido, com comprovação testemunhal e documental, inclusive.
Buscaremos entender o real motivo dessa busca. E afirmamos não haver elementos à justificar extremada medida”.

Outro deputado estadual também é investigado por prática de rachadinha

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) acatou a denúncia contra o deputado estadual Gilberto Ribeiro (PL) por crimes como peculato, concussão e extorsão praticada contra servidores públicos. O envio do procedimento ao Judiciário havia sido realizado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) e acabou sendo acatado.

A decisão foi publicada pela desembargadora Maria José Teixeira, que considerou que a acusação acabou sendo amparada em documentos, depoimentos e diligências suficientes. O parlamentar teria mantido funcionários fantasmas e controlado um esquema de rachadinha, quando os contratados são obrigados a devolverem parte de seus salários.

Segundo o MPPR, o processo corre em sigilo. A juíza apontou, na sua decisão, que a denúncia aponta a maneira pela qual a quantia indevida era exigida pelo parlamentar. Os crimes teriam sido praticados após a campanha que o elegeu deputado estadual no Paraná, em 2010.

Por meio de nota, o parlamentar disse que o depósito que recebeu, no valor de R$ 44 mil, é referente à venda de um veículo, no qual o dinheiro teria sido dividido para ele e seus dois filhos. Ele afirmou que o recurso não está ligado a dinheiro público.

Sobre a denúncia de rachadinha, apontou que o valor de R$ 2,2 mil, que uma ex-funcionária alegou devolver, de um total de R$ 5,5 mil, foi arquivada pelas autoridades. Segundo ele, teria sido indicado não haver sentido lógico na acusação ou provas para sustentá-la.

O parlamentar apontou que todo o processo seguiu rigorosamente os trâmites legais e que o arquivamento para essa denúncia, em questão, acabou sendo baseado em critérios objetivos e justos. Ele disse ainda estar disposto a colaborar com as investigações para que tudo seja esclarecido de maneira transparente e justa.

* Matéria atualizada às 15h