O levantamento foi realizado em Curitiba por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e verificou que cerca de 90% dos passageiros têm um itinerário fixo. Portanto, fazer o mapeamento da oferta e da demanda pode melhorar a eficiência na prestação do serviço de transporte público, além de dar mais segurança e conforto aos usuários, com a diminuição da superlotação dos ônibus, principalmente nos horários de pico. Foi o que concluiu o pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUC Paraná, Luis André Fumagalli.

A quantidade de passageiros foi combinada em quatro padrões estatísticos que avaliaram dias úteis, sábados, domingos, feriados, períodos escolares, período de pagamento de salários, incidência de crimes e até condições climáticas. As informações foram coletadas entre 7 de janeiro de 2019 e 20 de fevereiro de 2020.

Luis André Fumagalli explicou que a rotina das passageiros permite fazer um cruzamento de dados. Além disso, fazer a gestão por meio de aplicativo pode aumentar a mobilidade nas grandes cidades.

O estudo foi desenvolvido em Curitiba, mas, segundo os pesquisadores, pode ser replicado em qualquer cidade. Durante o período analisado, em pouco mais de um ano, os estudiosos coletaram, em um primeiro momento, os dados diários de embarque de passageiros em cada uma das estações tubo da linha expressa Boqueirão-Centro, que representa, cerca de 6% do fluxo diário de usuários do transporte coletivo da capital paranaense. Em uma segunda análise foram estudadas todas as linhas da categoria expresso, como ressaltou o pesquisador.

Conforme a análise, seria possível evitar a superlotação no transporte coletivo com a sincronização, em tempo real, realizada por meio de aplicativo instalado nos smartphones dos passageiros, pegando, por exemplo, o horário e ponto de partida de cada usuário de acordo com o horário e ponto de desembarque.

Outra vantagem, segundo o estudo, seria em relação ao fato de frear a contaminação por doenças respiratórias em momentos críticos, como a pandemia da Covid-19. Ainda pode ser feito o gerenciamento da demanda que aumenta a eficiência do sistema de transporte público, reduzindo custos, tempo de viagem, consumo de combustível, níveis de poluição, além de aumentar o conforto e a segurança, para manter o preço da tarifa em valores aceitáveis.


Os pesquisadores também analisaram os principais motivos pelos quais as pessoas continuam andando de ônibus. Um deles seria pelo fato de ainda ser o meio de transporte mais barato em comparação com outras opções e também por ser o único meio de transporte disponível para um grupo específico da população.