Em Guaíra, 30 policiais e 10 viaturas atuam para tentar conter o conflito entre os indígenas do grupo Avá-Guarani e moradores da região. A informação foi divulgada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que determinou, nesta semana, o envio da Força Nacional para o local com o objetivo de conter disputa territorial que acontece na área.

O território, que está em demarcação, é alvo de disputas. Na quarta-feira (10), três indígenas ficaram feridos após serem baleados por um homem ainda não identificado. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, a ação foi coordenada por fazendeiros da região. Em dezembro, indígenas teriam retomado o local, o que causou novos conflitos com pessoas que também vivem na região.

A Polícia Militar do Paraná informou que dois indígenas, sendo dois homens de 51 e 33 anos, e uma mulher, de 40 anos, ficaram feridos na aldeia. Dois deles precisaram ser encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. O autor dos disparos fugiu e não foi localizado até o momento. A Polícia Federal investiga o caso e acompanha os desdobramentos da situação.

Durante a confusão, um homem de 53 anos, que vive na região, chegou a ser feito refém. Ele seria morador de uma residência que foi invadida pelo grupo de indígenas após o ataque. A Polícia Militar informou que ele foi liberado após negociações e levado para atendimento médico com ferimentos. O estado de saúde dele não foi divulgado.

O secretário de Estado de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, esteve na cidade nesta quinta-feira (11). O objetivo da viagem era compreender a gravidade do caso e possibilitar a reintegração de posse ou restabelecimento da ordem. O Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) acompanha o conflito que também se estende até a cidade de Terra Roxa.

O responsável pela Segurança Pública no estado também destacou a necessidade da ação policial na região. Os militares, durante os primeiros atendimentos, afirmaram ter sido recebidos com ataques de arco e flecha. Mas após obterem autorização para entrar na aldeia, conseguiram resgatar o homem que era feito refém. O clima de hostilidade na região se mantém diante da disputa pela área.

O Ministério dos Povos Indígenas disse que, em 21 de dezembro, o grupo indígena voltou ao local, onde ficam duas aldeias que estão em processo de regulamentação fundiária. Depois, começaram a sofrer ameaças e agressões por parte de grupos não indígenas. Em 23 e 24 de dezembro, outros ataques foram registrados e, desde então, o ministério tem intensificado as atenções para a área.