O desmatamento reduziu 78% no Paraná entre 2022 e 2023, de 2.883 hectares para 633 hectares, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (21), produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A diferença entre os anos equivale a aproximadamente 2.250 campos de futebol. Esse é o quarto melhor índice do Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul (89%), Santa Catarina (86%) e Goiás (83%). A média nacional ficou em 26,8% no período.

O diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, explicou que a melhora é positiva e lembra que mais de 90% da área nativa do Paraná já foi desmatada no passado.

De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), a melhora do serviço de fiscalização foi um dos pilares da redução do desflorestamento no Paraná. O valor aplicado em multas por danos à flora foi de R$ 182,3 milhões em 2023, um incremento de 20% no comparativo com o ano anterior (R$ 151,9 milhões). O número de Autos de Infração Ambiental (AIA) também subiu, passando de 6.323 para 7.078 no período.

Além desses métodos, o doutor em Ciências Ambientais e diretor de Negócios do Grupo Integrado de Campo Mourão (PR), Rafael Zampar, explica que a população também pode ajudar na redução do desmatamento, comprando produtos oriundos do corte legal de árvores.

O desmatamento ilegal é identificado pelo processo de monitoramento de técnicos e fiscais de todas as regionais do IAT, com o auxílio de fiscalizações remotas por meio de imagens históricas de satélite.
Outro ponto importante para melhora do meio ambiente é a recuperação dos locais que já foram desmatados.

Um levantamento do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do IAT, com base em dados de 2021 do MapBiomas, revela que o Paraná teve um aumento de cobertura florestal natural nos últimos anos, passando de 54.856 km² em 2017 para 55.061 km² em 2022, uma diferença de 205 km², o equivalente a uma área de 20,5 mil campos de futebol.

A doutora em geografia e professora de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter, Larissa Warnavin, explica que o reflorestamento é a forma mais efetiva para recuperar o ecossistema.

Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6.514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente). O responsável também pode responder a processo por crime ambiental. O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181.