Curitiba registra o primeiro caso suspeito da varíola causada pelo vírus monkeypox, ou seja, da varíola dos macacos. O caso, que é importado, ainda está sob investigação, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde divulgadas nesta terça-feira (28). Trata-se de um homem, de 31 anos, que é residente em Curitiba, mas tem histórico de viagem ao estado de São Paulo, entre os dias 16 e 18 de junho.

O paciente foi atendido inicialmente numa UPA de Curitiba, no dia 24 de junho, com relato de febre e alergia de pele. Exames para confirmação do diagnóstico foram coletados no hospital, em ambiente isolado, e encaminhados para análise do Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) e para o laboratório nacional de referência para esta investigação. Os exames ainda estão sendo processados.

O paciente continua sendo monitorado, mas passa bem e está em isolamento em casa. Os contatos diretos dele também estão sendo observados.

De acordo com a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella, a secretaria, assim como os serviços de saúde do município, estão prontos para atender, monitorar e encaminhar os casos suspeitos da doença. A secretária reforça que ainda não há nenhuma confirmação de casos da doença no município e tampouco há transmissão comunitária do vírus na cidade. A pasta reforçou que, ao contrário de outros vírus muito transmissíveis, como o coronavírus, o influenza ou o do sarampo, esse vírus deste tipo de varíola exige um contato direto principalmente com as lesões de pele para que ocorra a transmissão.

A secretaria de Curitiba ainda informou que, além disso, a monkeypox tem um prognóstico mais benigno. Ou seja, normalmente, salvo raríssimas exceções, não há agravamento do paciente, bem diferente do quadro Do coronavírus no início da pandemia. Mesmo assim, o isolamento do paciente com suspeita é fundamental para não expor outras pessoas ao risco.

Orientações

De acordo com a médica infectologista da SMS, Marion Burger, a ameaça de monkeypox para a população geral permanece baixa. Isto porque, de acordo com ela, é  uma situação ainda rara e não se espalha facilmente entre pessoas sem contato próximo ou íntimo.

Neste momento, em relação à monkeypox, a SMS orienta maior atenção para pessoas que venham a apresentar na pele pústulas (bolinhas vermelhas com pus) após viajar para países que já declararam surto ou depois de ter contato íntimo com alguém diagnosticado recentemente com a doença.  Neste caso, a orientação é procurar um serviço de saúde, para investigação, pois esses sintomas são comuns a várias doenças, e somente um profissional de saúde poderá avaliar para notificar a SMS e orientar corretamente o paciente.

Marion afirma que, para a definição de casos suspeito, não basta a presença de lesões da pele. É fundamental a informação epidemiológica de contato com pessoa diagnosticada com a doença ou da viagem. De acordo com ela, várias doenças alérgicas ou infecciosas como a varicela ou catapora se caracterizam por lesões do tipo vesículas e pústulas, mas que não tem nada a ver com a infecção pelo vírus monkeypox.

Em caso de dúvida, a Central 3350-9000 da SMS também pode ser acionada pela população, caso a pessoa apresente lesões na pele e tenha tido contato com suspeito ou viagem recente. Após o contato com a Central, caso seja indicado, o paciente será orientado e encaminhado para um serviço de saúde, em caso de necessidade.

* Com informações da SMS