O Ministério Público do Paraná (MPPR) se manifestou sobre as imagens que mostram pessoas detidas sendo torturadas por policiais militares, na cidade de Matelândia, no Oeste do Paraná, em 2017. Após o vídeo antigo circular e repercutir na internet, no último fim de semana, o Ministério Público informou que, a partir de agora, serão adotadas medidas para esclarecer o que ocorreu e também a responsabilização dos policiais envolvidos.

Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Paraná (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, disse o que precisa ser feito para tentar acabar com esse tipo de prática.

A Polícia Militar do Paraná informou que tomou conhecimento do vídeo, com imagens de duas situações diferentes, que circulou nas redes sociais, no fim de semana, no qual pessoas detidas foram agredidas por oficiais, a princípio, dentro do Batalhão da Polícia Militar da cidade de Matelândia. Segundo a corporação, até o momento não foi possível identificar a data em que uma das situações aconteceu.

Na primeira parte, as imagens divulgadas ocorreram em abril de 2017 e mostram dois policiais agredindo dois rapazes que estavam detidos. Nessa primeira gravação, um dos presos está algemado e com uma luva de látex que cobre a cabeça. Nesse caso, a Polícia Militar informou que já houve apuração e responsabilização criminal e administrativa dos agentes que participaram da tortura. A Polícia Militar informou que já tinha ciência da primeira situação em 2019.


SAIBA MAIS:


De acordo com comando da Polícia Militar, um dos agentes que aparece nas imagens, na segunda parte desse mesmo vídeo, não teve envolvimento no primeiro caso. Nas imagens, um policial segura uma pessoa detida para que outro agente bata na sola do pé dela. Essa parte foi considerada novidade para a Corporação, a partir da grande repercussão das imagens no último fim de semana. Com a divulgação das imagens na internet, foi possível identificar os policiais militares, sendo que um deles já havia sido expulso e também condenado pela Justiça devido aos fatos identificados no primeiro vídeo.

Leonir Batisti falou sobre esse segundo caso que já está sendo investigado para determinar a data dos fatos.

O Procurador de Justiça disse que, a partir de agora, deve ser feita denúncia ao Poder Judiciário, além das sanções previstas pela Polícia Militar, que pode terminar com a expulsão do policial da Corporação.

De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar do Paraná, o segundo envolvido identificado na situação foi afastado das funções operacionais e já foi instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar o caso.