Nos últimos dias, quem comprou verduras, frutas e legumes no mercado, sacolões e na feira já percebeu a diferença nos preços. O aumento, que muitas vezes passa de 90%, tem uma explicação bem simples: a chuva que não dá trégua. O volume está acima das médias registradas no período em anos anteriores.

Dados do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), mostram aumento de preços em 11 produtos, de 30 pesquisados. A alface, que está entre as hortaliças mais populares, saiu de um valor médio de R$ 15,00 a caixa com 7 quilos, registrado em 2 de outubro, para R$ 30,00 na quarta-feira (18). Já o morango apresentou aumento de 94,4%. No início do mês quatro bandejas (1,5 quilo) custavam em média R$ 18,00, e agora são compradas por R$ 35,00. A pesquisa é relativa à semana de 12 a 19 de outubro.

SAIBA MAIS:


Paraná soma 109 mil pessoas afetadas pelas chuvas de outubro

Paraná vai repassar mais de R$1 milhão para municípios em situação de emergência


Toda vez que as condições climáticas fugirem da normalidade a produção de alimentos sofrerá interferências. Rodolfo Coelho Prates, doutor em Economia Aplicada e professor do curso de Ciências Econômicas da PUCPR, explica que é aí que entra a chamada (e famosa) inflação.

Os bloqueios nas estradas também podem contribuir na alta da inflação de produtos transportados, não só do que vem do campo, mas como todo o sistema logístico.

Além das hortaliças, outro produto que teve interferência na produção é o feijão, segundo o levantamento do Deral. As chuvas intensas não permitiram avanço expressivo no plantio da leguminosa, assim como o trato da cultura. A evolução foi de apenas quatro pontos percentuais na semana, com 70% da área de 111 mil hectares já semeada. O Paraná tem a quarta maior área do Brasil, que plantará 860 mil hectares nesta primeira safra.