Desde o início do ano, o Corpo de Bombeiros atendeu oito acidentes envolvendo trens na área urbana de Curitiba. Os dados foram extraídos do sistema de ocorrências da corporação. São, em média, dois acidentes por mês, entre janeiro e abril de 2022.

Conforme o levantamento, duas pessoas morreram nos acidentes. O caso mais recente, na noite desta quarta-feira (20), no bairro Sítio Cercado. Um homem, de 40 anos, morreu após ser atingido por uma locomotiva. As causas do acidente devem ser investigadas pela Polícia Civil.

Por meio de nota, a empresa RUMO lamentou a morte do homem e disse que ele estava deitado sobre os trilhos no momento do acidente.

A nota diz ainda que maquinista acionou todos os procedimentos de emergência, mas não foi possível parar o trem a tempo. A RUMO também orienta a população para que sempre mantenha distância segura dos trens, parados ou em movimento.

No dia 21 de março, um motorista de ônibus que seguia de moto para o trabalho também foi atingido por um trem e morreu, na rua Jovino do Rosário, no bairro Boa Vista.

Além disso, os bombeiros registraram cinco acidentes com trens e que as vítimas ficaram em estado grave e, em um caso, a vítima teve ferimentos moderados.

Em 2021, o sistema registrou 22 acidentes envolvendo as locomotivas na cidade e sete mortes.

Curitiba possui 37 quilômetros de trilhos em áreas urbanas que cruzam a cidade. Ao todo são 45 passagens de nível instaladas para a circulação de pedestres e veículos, a maioria nos bairros Uberaba e Cajuru.

Um estudo feito pelo Programa de Segurança Ferroviária em Áreas Urbanas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) analisou 5.609 cruzamentos ao longo de 15 mil quilômetros de trilhos que percorrem 596 cidades brasileiras. Curitiba é o município que tem a pior avaliação do país, seguida de Paranaguá, no litoral do estado.

Projeto para desvio dos trilhos

Desde o ano passado, integrantes do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário debatem um projeto para que a malha ferroviária seja retirada do trecho urbano da capital paranaense. Conforme o Governo do Paraná, atualmente o projeto está em fase de licenciamento e discussão com a sociedade por meio de audiências públicas.

De acordo com o governo estadual, o projeto da Nova Ferroeste é a alternativa para a solução do problema da linha férrea na área urbana de Curitiba.

O projeto vai ligar o Mato Grosso do Sul ao Litoral do Paraná. Está prevista a ligação entre a região Oeste do Estado e o Porto de Paranaguá por um novo traçado que contorna a Capital.

A expectativa é que o empreendimento, com custo de mais de R$ 29 bilhões, seja levado a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo trimestre desse ano.