Um acidente ocorrido na BR-116 no último domingo (20) tirou a vida de dois jovens de 19 e 29 anos. Nesta quarta-feira (23), após a confirmação da morte encefálica de uma das vítimas, a família resolveu realizar a doação dos órgãos, respeitando um desejo manifestado antes da morte do paciente.

Essa é uma das situações que colocam o Paraná no topo do ranking dos transplantes de órgãos no país. No estado, de janeiro a julho deste ano, foram 711 casos notificados e 285 doações consumadas. A taxa de recusa por parte das famílias é de 29%, enquanto a nacional ultrapassa os 40%.

REPORTAGEM – PR tem 29% de taxa de recusa a doação de órgãos


Estado está no topo dos trasnplantes de ógãos realizados no Brasil, segundo levantamento.

A promotora de Justiça Michele Nader, do Ministério Público do Paraná (MPPR) explica que toda a rede opera via Sistema Único de Saúde (SUS).

O sistema é utilizado por todos os brasileiros, inclusive pelo Faustão, que no último dia 20 teve um diagnóstico apontando a necessidade de um transplante de coração. Como não há um sistema privado para o transplante de órgãos, ele entrou na fila do SUS. Junto com ele, no Paraná, nos seis primeiros meses, havia 30 pessoas no aguardo por um coração doado. O procedimento é feito conforme o estado de saúde das pessoas. De acordo com dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, até julho de 2023 3.469 pessoas aguardavam a doação de algum tipo de órgão, 15% delas estavam em estado mais crítico e tinham prioridade.

A coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, Juliana Ribeiro Giugni, destaca que a capacitação da equipe tem sido determinante para manter o Paraná como líder na doação de órgãos.

A doação é feita mediante uma condição específica de saúde do paciente após a morte, atestada por um médico. Havendo a possibilidade, os médicos fazem a notificação e a família é instruída por uma equipe do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná. Em caso de aceite, o doador pode salvar pelo menos dez vidas. Para quem deseja se tornar um doador de órgãos, é preciso comunicar os familiares sobre a decisão.