A LGBTIfobia é um preconceito que mata. É isso o que aponta um relatório publicado pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil. Os números analisados são de 2022, e mostram que 273 foram mortas em circunstâncias que envolvem sua orientação sexual. No levantamento, esse número sobe para 5.635 assassinatos, quando analisados dados entre os anos 2.000 e 2022. Os registros correspondem a mortes em todo o país.
Mas no estado do Paraná foram 10 mortes relacionadas a este público no ano passado, deixando o estado na 13ª posição do ranking dos mais violentos. Ainda de acordo com o dossiê, dentre os sete segmentos analisados, dois grupos foram os mais violentados, como nos anos anteriores, reunindo um pouco mais de 93% dos casos: a população de travestis e mulheres trans, com 58,24% dos casos (159 mortes); e os homens gays, representando 35,16% do total (96 mortes).
Bruna Ravena, presidente do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná, detalha que essa situação representa uma falta de políticas públicas voltadas à população trans.

No início da semana, uma audiência pública foi realizada na Assembleia Legislativa do Paraná para discutir a criação de um Conselho Estadual da Diversidade Sexual. A proposta é poder reunir dados como estes e apresentar ao poder público formas de combater essa violência contra as minorias e também de ressocializar aqueles que foram marginalizados por sua condição.
O fato da violência, seja ela sexual ou psicológica, atingir todas as classes sociais, cores, credos, idades, raças e profissões, demonstra que esta comunidade necessita de mais espaço de fala, como aponta Ravena.

O dossiê produzido por diversas entidades representativas como Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Acontece Arte e Política LGBTI+, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), deverá ser entregue ao governo federal para reforçar o pedido de criação e reforço de políticas públicas.