A realização de exames médicos todos os anos e a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) são métodos essenciais para evitar o desenvolvimento do câncer de colo do útero nas mulheres. O alerta é feito por diversos profissionais da saúde durante as campanhas do “Março Lilás”, que são realizadas mundialmente para conscientizar sobre o tratamento da doença.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer do colo do útero é o quarto mais frequente entre as mulheres, com estimativa de 790 novos casos ao ano no Paraná e cerca de 18 mil novos casos diagnosticados no Brasil anualmente. Também segundo o instituto, aproximadamente 80% das mulheres sexualmente ativas são contaminadas com o HPV em algum momento da vida.
A infecção causada pelo papilomavírus humano (HPV) é considerada a principal causa do câncer de colo de útero. Esse vírus pode ser combatido com a vacinação, mas o cirurgião oncológico e mastologista do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), José Clemente Linhares, explica que a imunização ainda representa um desafio para os profissionais da saúde. Segundo ele, o Sistema Único de Saúde (SUS) cobre a vacinação contra o HPV para meninos de meninas de 9 a 14 anos, apenas.
Além disso, em alguns casos até mesmo o preconceito dos parceiros evitam que as mulheres realizem o exame.
O médico destaca a importância de se realizar a consulta com um ginecologista todos os anos. É esse profissional que pode realizar a detecção do câncer e encaminhar a pessoa para tratamento.
O exame para detecção precoce de lesões é o citopatológico, popularmente chamado de papanicolau. Quando as lesões são tratadas no início, são grandes as chances de não evoluir para o câncer.
No início da infecção as mulheres não apresentam sintomas. Os primeiros indícios costumam ser o sangramento fora do período menstrual, além de dor e corrimentos. As primeiras manifestações da doença surgem em cerca de dois a oito meses, mas podem demorar até 20 anos, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com a Secretaria de Estado do Paraná, a recomendação é que o exame preventivo ao câncer de colo do útero seja feito em mulheres entre 25 a 64 anos. Os dois primeiros com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, os próximos a cada três anos.