O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por meio da 8ª Turma da Corte, decidiu por unanimidade pela suspeição do juiz federal Eduardo Appio em todos os casos envolvendo a Operação Lava Jato, e determinou a nulidade de todas as decisões. O ato aconteceu no mesmo dia em que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as provas de um acordo de leniência firmado com a Odebrecht, investigada em desdobramentos da operação.

Appio é suspeito de ameaçar o desembargador Marcelo Malucelli e o filho dele, que seria sócio de Sergio Moro em um escritório de Curitiba. Além disso, ele utilizou a sigla LUL22 para o acesso ao sistema oficial da Justiça Federal, o que, segundo o próprio juiz, seria uma forma de protesto pela prisão do agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro da Operação Lava Jato, prisão esta considerada por ele indevida.

Na decisão, o relator do caso, Loraci Flores de Lima, disse que “o que se busca, em verdade, é algo muito simples, ou seja, um magistrado que atue de forma equidistante, com serenidade e discrição, demonstrando aos demais atores do processo e à própria comunidade jurisdicionada que possui os atributos reveladores de uma autêntica imparcialidade”.

Eduardo Appio está afastado das funções na 13ª Vara Federal desde 22 de maio por decisão do Conselho do TRF-4. A CBN Curitiba tenta contato com o magistrado para um posicionamento sobre a decisão.