Em Almirante Tamandaré, um caso de racismo chamou a atenção de autoridades depois que a mãe de uma aluna denunciou a situação nas redes sociais. Pessoas negras, foram representadas em um trabalho escolar com cabelos feitos de palha de aço.

A Secretaria de Educação de Almirante Tamandaré abriu uma apuração sobre uma denúncia de racismo envolvendo um trabalho escolar. Karla Roberta Leonor, mãe de uma aluna do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Dona Ruth Weigert, no bairro do Botiatuba, publicou nas redes sociais uma foto onde cartazes colados nas paredes de uma sala de aula representam mulheres negras, com cabelos feitos de palha de aço.

Na publicação, feita no dia 17 de novembro, três dias antes do Dia da Consciência Negra, ela se diz indignada e afirma que “é inadmissível aceitar que a ideia foi feita por pessoas que são estudadas e adultas [..] fico imaginando o que minha filha está pensando nesse momento e nas crianças que tiveram que produzir esse trabalho”.

Em nota, a prefeitura de Almirante Tamandaré disse que “assim que tomou conhecimento da situação, convocou, imediatamente a equipe pedagógica do CMEI para uma reunião, para registro dos fatos e encaminhamento à Comissão de Sindicância, que poderá encaminhar o caso para abertura de Processo Administrativo, visando à responsabilização prevista em Lei”.

Para o promotor Felipe Lyra, este tipo de atitude é condenável.

As denúncias em casos de racismo podem ser feitas pelo disque 100 ou direto nas delegacias. A promotoria do Ministério Público também recebe os relatos, como explica Lyra.

A Polícia Civil do Paraná disse em nota que “instaurou um inquérito policial para investigar o caso e diligências estão sendo realizadas a fim de esclarecer o fato. Testemunhas serão ouvidas nos próximos dias”.

A reportagem da CBN Curitiba entrou em contato com o Secretário de Educação de Almirante Tamandaré, Jucie Parreira, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno sobre o que foi feito com os profissionais de educação responsáveis pelo trabalho.