Moradores da região do Ahú, divisa com o bairro Cabral tem convivido há anos com terrenos abandonado. O espaço que fica nos arredores da rua Quintino Bocaiúva, Belém e dos Funcionários, é palco de uma longa disputa judicial que já dura mais de 50 anos. Enquanto isso, casas caindo aos pedaços e muita sujeira são registrados no local, conhecido como Vila Domitila.

A equipe da rádio CBN Curitiba esteve na região e constatou o abandono. Placas informando a reintegração de posse ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão por todos os lados, porém até agora nada está sendo construído. Entramos em contato com o órgão, que não se posicionou até o momento, mas em anos anteriores, o INSS emitiu uma nota informando que “os terrenos na Vila Domitila são alvo de ações impetradas pelo órgão desde os anos 1970 e que agora, esgotados todos os trâmites e recursos, a Justiça Federal decidiu pela retomada de posse pelo Fundo do Regime Geral de Previdência Social. O INSS informou que dará início ao processo de alienação dos terrenos após o término da reintegração de posse total.

Segundo a presidente da Associação de Moradores Cabral/Ahú, Shirley Terezinha Bonfim, a luta continua e cerca de 50 famílias continuam residindo na área, que ao todo possui mais de 190 mil metros quadrados.

O Ministério Público Federal, órgão que recebeu o relatório final da CPI da Vila Domitila, aberta na Câmara dos Vereadores de Curitiba em 2016 e finalizada em 2020, foi procurado pela CBN, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.

Enquanto isso, Shirley aponta que o medo, além do despejo é tanto pela segurança dos moradores, quanto por questões de saúde por conta dos terrenos baldios.

Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que “toda vez que é solicitado via Central 156, o Urbanismo aciona o INSS que faz a limpeza”, já que é considerado o proprietário do terreno e que neste momento, “há novos processos em andamento”.