Sem data para julgamento, o processo criminal contra sete acusados pelo envolvimento na morte do jogador de futebol, ex-Coritiba, Daniel Corrêa Freitas, terá mais um período sem movimentação até que um novo magistrado assuma a condução do caso. O juiz de Direito substituto, Marcos Takao Toda, se declarou suspeito e pediu para deixar o processo por “motivos de foro íntimo”. Ele é o terceiro a se retirar da causa. Um novo magistrado deve ser designado para o caso.

Já passaram pelo processo o juiz Diego Paolo Barausse, que também se declarou suspeito, e a juíza Luciani Regina Martins de Paula que declarou impedimento. Para o advogado e assistente de acusação, Nilton Ribeiro, que representa a família de Daniel, apesar das mudanças, a expectativa é de que o processo seja mais célere e o julgamento seja marcado em breve.

O assassinato do jogador aconteceu em 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais, onde foi parcialmente degolado e foi emasculado, segundo as investigações. O homicídio foi confessado pelo empresário Edison Luiz Brittes Junior. Ele alegou à polícia que agiu “sob forte emoção” após ver Daniel tentar estuprar a sua esposa, Cristiana Brittes. Fotos do jogador ao lado dela foram compartilhadas pela vítima com amigos via whatsapp. Em um áudio ele diz para um amigo que não sabe onde está.

 

Esta foi a última vez que a voz de Daniel Corrêa Freitas foi ouvida. Depois disso, ele foi espancado, colocado em um porta malas, morto e jogado em uma região de mata na zona rural de São José dos Pinhais.
Edison Brittes,é acusado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver, corrupção de menor e coação do curso do processo. Já a esposa dele, Cristiana Rodrigues Brittes, responde por homicídio qualificado, fraude processual, corrupção de menor e coação.

David Willian Vollero Silva e Ygor King, que estavam na casa e teriam participação nas agressões, também são acusados por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver. Eduardo Henrique Ribeiro da Silva responde por estes mesmos crimes e por corrupção de menor.

A filha do casal, Allana Emilly Brittes, é acusada por coação do curso do processo, fraude processual e corrupção de menor e Evellyn Brisola Perusso, por fraude processual. Apenas Edison e Eduardo estão presos, os demais respondem em liberdade.

A advogada do réu confesso, Thaise Mattar Assad, afirma que aguarda o andamento do caso para apresentar a defesa dos acusados.