Um levantamento feito pelo Hospital Pequeno Príncipe, referência nacional em tratamentos infantis, revela que os atendimentos de autoagressão aumentaram. A vítima mais nova socorrida pela instituição, que tentou tirar a própria vida, tinha sete anos.

Em 2021, 52 crianças e adolescentes entraram para essa estatística. Isso representa aumento de 173% em relação ao ano passado. Neste ano, até o mês de agosto, já foram registrados 41 atendimentos motivados por autoagressões.

A maior incidência está na faixa dos 14 anos. Falar sobre esse assunto, assumir que o problema existe, pode ser um bom começo para ajudar, segundo a psicóloga Marianne Bonilha.

Outro dado que choca, é quantidade de meninas que tentam se matar, no comparativo com os meninos. Foram 36 contra 5 vítimas do sexo masculino. É preciso que haja uma rede de apoio aos pequenos, explica Marianne.

O gatilho pode vir de uma situação sofrida na escola, como bullying, violência doméstica, perda de um ente querido, uso de drogas, separação dos pais ou abuso sexual. E a psicóloga completa: preste atenção aos sinais.

O colunista do Divã CBN, o doutor em Psicologia Clínica e da Saúde, Paulo Cesar Porto Martin, reforça que todos podem e devem ajudar.

No Brasil, são registrados cerca de 14 mil casos por ano, e essa é a quarta causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).