O “tarifaço” de 50% nas exportações de produtos brasileiros aos Estados Unidos começou oficialmente nesta quarta-feira (6). Com o início da taxação, parte do setor produtivo teme a perda de empregos no Paraná.

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) alertou que milhares de trabalhos estão em risco com a aplicação das tarifas.

O Paraná é o maior produtor de madeira oriunda de florestas de pinus. Apenas na região Sul do Brasil, aproximadamente US$ 1,7 bilhão é exportado aos Estados Unidos neste setor, sendo US$ 614 milhões apenas no Paraná, em 2024.

O presidente da associação, Fábio Brun, afirmou que a aplicação de tarifas de exportação sobre produtos brasileiros, para o setor madeireiro e florestal, impede o funcionamento de empresas da área.

Desde o último mês, por exemplo, uma fábrica de madeira do Paraná deu férias coletivas de 30 dias, a partir ainda de meados de julho, para 65% dos funcionários, por conta do anúncio das medidas tomadas pelo país norte-americano.

Brun destacou que a relação com os Estados Unidos era de confiança e foi quebrada de maneira dramática, na visão do presidente da APRE e, a partir de agora, pode ser iniciada a procura por um novo parceiro econômico.

No entanto, segundo Fábio Brun, há a dificuldade de encontrar um novo parceiro comercial, não só pelo bom histórico com os Estados Unidos, mas também pelo contexto criado desde o anúncio da aplicação das tarifas.

Estão fora do “tarifaço” diferentes tipos de celulose: química, semiquímica, de papel reciclado ou bambu.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) alertou para a possibilidade de prejuízos não só ao setor florestal, mas também de peixes e café, conforme explicou Anderson Sartorelli, do departamento técnico da federação.

Segundo Sartorelli, a falta de negociação por parte do governo brasileiro é um problema durante este período de crise. Na visão dele, é necessário interesse nas tratativas.

Fiep indica impacto na competitividade do setor industrial

Já um estudo da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) indicou que o setor industrial será impactado na competitividade, já que oito dos 10 principais produtos exportados são afetados com o início da aplicação das tarifas.


SAIBA MAIS:


A federação reforçou a entrega ao Governo do Paraná de demandas como criação de linhas de crédito emergenciais, postergação de financiamentos e liberação de créditos acumulados de ICMS. A administração estadual sinalizou positivamente em relação aos pedidos, e já tomou oficialmente algumas dessas medidas.

Por: Johan Gaissler.