Após 63 dias de greve dos servidores de instituições federais, o calendário da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) foi suspenso. Os Institutos Federais do Paraná (IFPR) também estão com o calendário suspenso. Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR) mantém o ano letivo mesmo com a ausência de professores em sala de aula.

Jean Marc Lafay, pró-reitor de Graduação e Educação Profissional da UTFPR explica que houve uma reunião do conselho de graduação para definir os impactos da suspensão do calendário. Após apresentação ao conselho universitário, foi decidido que as aulas seriam suspensas por tempo indeterminado, até o fim da greve.

O processo para definir como o conteúdo será aplicado e os estudantes poderão ser menos prejudicados está sendo discutido.

Arandi Bezerra, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFPR) e representante do Comando de Greve, aponta que a suspensão das aulas foi um pedido feito no início do mês.

A última rodada de negociações feita entre os grevistas e o Ministério da Gestão na sexta-feira (14) terminou sem acordo. Os professores pedem um reajuste ainda em 2024 com uma proposta de 3,6%, já o governo federal sinalizou 0%.

Francisco de Assis Marques, do comando da greve local da UFPR, conta que a universidade mantém o calendário em funcionamento e que a expectativa é de que a greve se estenda por mais uma semana, enquanto acontecem as assembleias. Ele pontua que o governo federal não avançou na proposta dos salários e ofereceu um pequeno acréscimo na verba destinada aos custos das instituições.

Em nota, o Ministério da Educação se comprometeu a revogar a Portaria 983,que eleva a carga horária mínima semanal dos docentes desde que os professores das universidades e institutos federais aceitem encerrar a greve.

Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), caso as negociações avancem, o compromisso do MEC será incluído no termo de acordo que as partes estão negociando para pôr fim à greve que atinge profissionais de cerca de 60 universidades federais e de cerca de 40 institutos federais.

Um grupo de trabalho será criado para discutir uma nova regulamentação.
A greve ainda não tem prazo para acabar e uma nova rodada de negociações é esperada para semana que vem, após as assembleias.