Vão a júri popular no dia 20 de março cinco suspeitos de matar o casal Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waeschter Ferreira durante festa neonazista em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, em crime cometido em 2009. A informação foi confirmada pelo assistente de acusação da família de Renata, advogado José Carlos Portella.
Já o economista Ricardo Barollo, indicado como mandante do crime, deve ser julgado no dia 22 de maio. Os suspeitos não estão presos.
Na época, a investigação da Polícia Civil do Paraná mostrou que a morte do casal estava vinculada a uma disputa da liderança do movimento dos neonazistas no Brasil. A investigação da Polícia também concluiu que as vítimas foram assassinadas por pessoas que faziam parte do mesmo grupo e divergiam em algumas questões sobre o movimento.
Segundo a Polícia, em 2007, Bernardo havia se separado do movimento liderado por Barollo em todo o Brasil por conta de desentendimentos e Barollo queria colocar um novo líder no Paraná para retomar o controle.
Em determinado momento da festa, Bernardo e Renata teriam saído na companhia da suspeita Rosana Almeida para ir até Curitiba comprar cerveja e encontrar com o namorado dela, Gustavo Wendler, também acusado de envolvimento no crime.
No decorrer dos fatos, Rosana e Gustavo simularam uma briga e Rosana pediu para ser deixada em casa. Em seguida, as vítimas foram para um mercado com Gustavo, onde pararam para comprar cerveja.
Em determinado momento, já retornando para festa, Gustavo foi acionado para que ele arranjasse uma desculpa e pedisse que as vítimas parassem o carro. Assim que isso foi feito, Rodrigo, João Guilherme e a terceira pessoa também pararam o veículo em que estavam e abordaram Bernardo e Renata, reportou a Polícia Civil na época.
Segundo a polícia, eles estavam encapuzados, portavam armas e se passaram por policiais. Eles pediram que as vítimas saíssem do carro com as mãos para cima. Bernardo saiu e levou um tiro na cabeça e Renata, que não saiu do veículo, também foi atingida.
O assistente de acusação, José Carlos Portella, disse acreditar na punição aos suspeitos por homicídio qualificado.
Ele também afirmou que a demora no julgamento garantiu impunidade aos acusados.
O acusado de ser o mandante, Ricardo Barollo, chegou a ser preso em abril de 2009, em decorrência das investigações da execução. Por ser réu primário e ter residência fixa, Barollo foi beneficiado por decisão unânime da 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná e respondia em liberdade pelas acusações.
No mesmo ano, ele foi preso por uma segunda vez, por policiais paranaenses do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em São Paulo, após indícios de que o grupo de neonazistas continuava atuando, mas também foi solto.
O Museu do Holocausto se manifestou sobre a data do julgamento. O coordenador-geral do Museu, Carlos Reiss, espera que o julgamento permita elucidar os perigos das celular neonazistas, não só no Brasil, mas que estão existentes em todo o mundo.
Na época, a investigação apontou que a festa contava com a participação de um grupo de aproximadamente 20 pessoas de vários Estados – pelo menos Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Distrito Federal – que eram adeptas do movimento.
A CBN Curitiba tenta contato com a defesa dos suspeitos.








