O boletim epidemiológico da Hepatite A, divulgado semanalmente pela Secretaria de Saúde de Curitiba, apontou o registra de mais 13 confirmações na capital paranaense, nesta segunda-feira (1º), o que elevou o total de casos para 366. Além disso, houve cinco mortes e a realização de um transplante hepático em decorrência da doença. Essa situação caracteriza surto da doença em Curitiba.

A contabilização começou em janeiro deste ano e o número e casos do último boletim corresponde aos primeiros seis meses de 2024. Para efeito de comparação, no mesmo período de 2023, foram confirmados somente cinco casos na capital e nenhuma morte.

A Secretaria de Saúde de Curitiba identificou que o surto tem transmissão de pessoa a pessoa e que a principal fonte de contaminação é sexual, principalmente entre homens jovens na faixa de 20 a 39 anos, mas também pode ocorrer devido às más condições de saneamento e à ingestão de água ou alimentos contaminados. A incidência da doença é mais comum em crianças, por não terem o devido cuidado com a higiene das mãos. O vírus está presente nas fezes contaminadas e é transmitido pelo contato de fezes com a boca.

A Hepatite A tem cura e a vacina está disponível no Sistema Único de Saúde para públicos específicos, como explicou Alcides de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde.

Em crianças, a Hepatite A se desenvolve de forma benigna e é facilmente tratada. Porém, em adultos, a doença tende a ser mais grave, com alguns casos que necessitam de internação hospitalar.

Atualmente, dos 366 casos confirmados em Curitiba, 60%, o que equivale a 220, precisaram de internamento, sendo que somente 3%, 12 pessoas, precisaram de cuidados intensivos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A maior parte dos casos, 73%, foi confirmada no público do sexo masculino com 267 casos. O restante, 27%, foram confirmações da doença em 99 mulheres.

Para barrar a disseminação para mais pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda a chegada de vacinas para tentar acabar com as transmissões. A estratégia é vacinar os contatos familiares e sexuais das pessoas que tiverem a confirmação de Hepatite A nos últimos 15 dias.

Alcides de Oliveira falou sobre as formas de prevenção e cuidados que a população dever ter para não contrair o vírus da Hepatite A.

É importante ficar atentos aos sintomas, como falta de apetite, mal-estar, enjoo, febre e fadiga, urina escura e fezes esbranquiçadas, além de olhos e pele amarelados.

No Brasil, só existe vacina para Hepatite A e B. Além disso, existe prevalência dos tipos A, B e C no país, com raros casos de Hepatite D e E.

O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde também falou sobre a vacina para Hepatite B e a importância de exames para detectar os tipos B e C, que são doenças silenciosas.

Como forma de conscientizar e orientar a população foi instituída a campanha nacional “Julho Amarelo: mês de luta contra as hepatites virais”. A Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) aproveita a campanha para chamar a atenção quanto aos cuidados com as infecções que atingem o fígado, que podem ser leves, moderadas ou graves, e em alguns casos evoluem para a necessidade de transplante e até mesmo podem levar à morte, como ressaltou o secretário estadual de Saúde César Neves.

Para obter o diagnóstico, é essencial que a pessoa procure atendimento médico. Se apresentar sintomas leves, os moradores de Curitiba podem buscar atendimento na Central Saúde Já. Basta ligar para o número 3350-9000.